O pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul pelo PT, Edegar Pretto, foi o entrevistado da edição desta quinta-feira (07) do RDC News Especial Eleições.
O programa apresentado por Carolina Aguaidas e Renato Martins teve ainda a participação especial de Patrícia Comunello, jornalista e subeditora do site do Jornal do Comércio.
Confira os principais destaques:
Renovação política no partido
“Nosso partido, o Partido dos Trabalhadores, vem desejando há algum tempo fazer essa troca geracional. Uma renovação política. E chegou nesse momento. Até aqui, honrosamente, nós viemos sendo representados por Olívio Dutra e Tarso Genro, que são as nossas duas grandes lideranças aqui do Rio Grande do Sul. Já governaram o estado, já foram prefeitos de Porto Alegre, já foram ministros, têm enorme experiência na vida pública. E foram esses dois nomes, junto com o senador Paulo Paim, que fizeram a apresentação do meu nome para a direção e eu conquistei uma unanimidade com todos os deputados estaduais e federais, além da nossa direção.
Eu decidi também fazer um exercício na plenitude da nossa democracia interna e fiz 28 encontros regionais. Peregrinei por esse Rio Grande dando a oportunidade para cada filiado do nosso partido dar a sua opinião, porque é uma renovação que a gente sempre pretendeu que nós estamos exercendo. Nós conquistamos essa decisão histórica do nosso partido, que sempre debate muito internamente.
(…) Eu sou pré-candidato. Eu tô com a incumbência pelo PT, PCdoB e PV, que são federados nacionalmente e aqui também, para representar projeto alternativo ao que está hoje a nível do Rio Grande do Sul e a nível nacional, mas vamos fazer isso com muito diálogo, verdade, porque aquele cidadão que está nos assistindo, que está espalhado por todos os cantos do Rio Grande, aquele que precisa de emprego, que está angustiado porque a comida está muito cara, angustiado com a saúde dos seus familiares, quer uma educação boa para os seus filhos, ele não quer mais saber de briga, não que saber de ódio, ele quer união e é o que nós vamos representar.”
Privatização da Corsan
“Estamos falando de uma empresa que está presente em 317 municípios, uma empresa altamente lucrativa, que tem muita possibilidade de aprimorar ainda mais a questão do saneamento e levar água nas comunidades que ainda não têm. Está faltando decisão política. Quem faz a nomeação do presidente de uma empresa pública, tanto Corsan, Banrisul, é o governador. Quem faz a nomeação da sua diretoria é o governador. Se a empresa não estivesse bem estruturada, estivesse dando prejuízo, ok, vamos analisar a possibilidade, mas pelo contrário. Não tem argumento. (…) A Corsan é lucrativa e queremos fortalecê-la.”
Proposta para finanças públicas
“Tem que gerir bem o estado, não tem milagre, o cobertor é sempre curto. Agora, esse superávit que se vangloria que existe, na minha opinião, não se sustenta. Estamos convivendo com a fome no nosso estado. Como pode um estado onde tudo que se planta dá. Temos um solo fértil, temos um povo trabalhador, temos uma estrutura agrícola excepcional, comparada com outros estados da federação é muito superior, e nós estamos no entanto convivendo com a fome. 1 milhão e 200 mil gaúchos dormem de noite sem saber se no dia seguinte terão comida na mesa. A Região Metropolitana de Porto Alegre é a segunda região mais cara do país. (…) Professores com baixa autoestima, estamos com demanda reprimida da saúde que é extraordinária, pessoas meses e meses na fila esperando cirurgia de catarata, que é relativamente simples. Temos que investir mais nas pessoas para a gente sanar essa dívida social que é muito grande.”
Educação
“Certamente as pessoas lembram e sabem a importância que nossos governos sempre deram para a educação. (…) Temos que fazer pesado investimento na estrutura do estado. (…) Eu já tomei uma decisão, fruto dos diálogos que estou fazendo pelo Rio Grande do Sul através das assembleias populares e ouvindo especialistas: nós vamos garantir que em todos os locais onde as comunidades, onde as pessoas estiverem em situação de vulnerabilidade, a criança que precisar vai chegar na escola e vai ter café da manhã esperando. Quem tiver necessidade vai voltar para casa almoçada. Quem estudar no turno da tarde vai ter uma refeição, porque não é possível criança aprender de barriga vazia. Temos que ter uma escola mais acolhedora e para isso os professores têm que ser valorizados. Assumo esse compromisso, Vamos ter de novo no Palácio Piratini uma relação franca, transparente e respeitosa com os professores e todos os servidores públicos.”
Fome
“Temos como aumentar a produção de alimentos, aumentar a oferta, baixar o preço da comida na prateleira dos supermercados. Temos mecanismos que possibilitam legalmente você comprar alimentação para merenda escolar, hospitais, todas as compras institucionais. (…) O estado pode ser o grande cliente dos nossos agricultores que hoje não conseguem mais se viabilizar economicamente produzindo alimentos. Temos que aumentar essa oferta, baratear o preço da comida e Governador tem que chamar para si essa responsabilidade. Eu já assumi um compromisso: farei tudo que tiver ao meu alcance pra que nenhum pai e mãe durmam de noite preocupados se no dia seguinte tem comida para colocar na mesa para o filho. Tem mecanismos para isso. Vamos utilizar.”
Servidor público
“Queremos fazer um governo de muita participação, com muita verdade e muita transparência. Estamos fazendo já esse ensaio. Estou chegando agora da Câmara de Vereadores de Porto Alegre onde realizamos assembleia popular. Auditório lotado, exercitando a democracia porque são raízes democráticas que fazem parte da nossa história. E nós vamos fazer nosso governo dessa forma. O diálogo será uma das grandes marcas que nós queremos estabelecer.”
Considerações finais