A fumaça do blá, blá, blá eleitoral começa a se desfazer. O orçamento público só conhece duas verdades: a da receita e da despesa. Quando estoura e falta dinheiro, sabe-se quem paga a conta.
Pula-pula
Nos bastidores, as atenções se voltam para possíveis mudanças. Em abril será aberta a janela partidária. A principal pergunta é se o Partido Liberal (PL), após a derrota de Jair Bolsonaro, manterá os 99 deputados federais que elegeu. Diz a tradição que o poder atrai.
O que fará
No final de janeiro, Bolsonaro assumirá a presidência de honra do PL. O cargo foi criado pelo presidente da legenda, ex-deputado Valdemar Costa Neto, para José Alencar, vice-presidente nos primeiros mandatos de Lula.
Definirá o tom
Durante entrevista coletiva, amanhã, em Brasília, o PL anunciará a forma como atuará na oposição ao governo federal.
Já foi melhor
O PDT, atualmente, governa um Estado, o do Amapá. Em outubro, o único filiado que conseguiu se eleger para cargo no Executivo foi Ronaldo Lessa, como vice-governador de Alagoas, coligado ao MDB. O presidente do diretório nacional, Carlos Lupi, precisa limpar as gavetas e pedir um substituto.
Consultas frequentes
O governo de Minas Gerais quer acelerar a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal e tem consultado técnicos da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul para saber como contornar obstáculos. A 20 de junho deste ano, o presidente Bolsonaro homologou, em edição extra do Diário Oficial, o plano que saiu do Palácio Piratini para prolongar o pagamento da dívida com a União.
Aperto no cinto
O governo gaúcho retomará o pagamento da dívida com a União de forma escalonada, com parcelas menores até dezembro de 2030. Terá de cumprir uma série de regras para evitar o descontrole orçamentário, como o teto de gastos e a limitação a incentivos fiscais.
Com a obtenção de liminar no Supremo Tribunal Federal, desde 2017 o Rio Grande do Sul não pagava as parcelas da dívida.
Reabre-se a cortina
Passada a batalha das urnas, o sobe-e-desce da tribuna da Assembleia Legislativa será retomado amanhã. Há munição em abundância.
Há 40 anos
A 7 de novembro de 1982, ocorreu fato inusitado. Ao se iniciar o debate, promovido pela Folha de São Paulo, entre candidatos ao governo de São Paulo, Franco Montoro, do PMDB, deveria perguntar ao adversário Jânio Quadros, do PTB. Sua declaração: “A este senhor, cuja campanha é feita exclusivamente com ataques pessoais, não faço nenhuma pergunta.” Jânio respondeu: “Que ele tenha fugido, nunca terá importância, face ao fato de que se omite também em responder. Não responde aos ataques, não responde às críticas. É réu confesso, omisso.”
Montoro venceu com 49% dos votos. Jânio ficou nos 13%.
Retrato do descaso
Começou ontem, no Cairo, a COP. A sigla significa Conferência das Partes, que inclui os países comprometidos com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, tratado internacional de enfrentamento da crise. A primeira conclusão: os compromissos assumidos no evento anterior, ocorrido na Escócia em 2021, não foram plenamente cumpridos.
Irresponsabilidade
Sábado, completaram-se cinco anos do rompimento da barragem em Mariana. Morreram 19 pessoas. A lama chegou ao rio Doce, cuja bacia abrange 230 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo, fornecendo água para as populações.
Passa o calote
A mineradora Samarco, que provocou a tragédia, retomou as operações há dois anos, mas não pagou multas impostas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Conforme informações do órgão, foram lavrados 25 autos de infração que totalizam R$ 350 milhões e 700 mil.