Na primeira entrevista após vir à tona o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para matar ele e sua família, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou que que vai sugerir a criminalização do planejamento de atentados contra autoridades públicas.
“É um absurdo, por exemplo, a polícia descobrir que alguém está querendo matar uma autoridade pública e ela tem que esperar o crime começar para poder reagir”, disse Moro.
A Polícia Federal então desencadeou uma operação contra os envolvidos no plano criminoso.
Moro contou que foi informado no fim de janeiro que havia um plano do PCC para sequestrar ele e pessoas de sua família. O senador disse se tratar de uma retaliação por sua atuação como ministro.
Quando era ministro de Segurança Pública, Moro determinou a transferência do chefe da facção, Marcos Camacho, o Marcola, e de outros integrantes para presídios de segurança máxima. À época, Moro defendia o isolamento de organizações criminosas como forma de enfraquecê-las.
Desde o início de fevereiro, Moro conta com escolta da Polícia Legislativa em agendas e viagens. No Paraná, sua terra natal, ele e a família têm proteção especial da Polícia Militar.
As medidas foram tomadas após o Ministério Público do estado de São Paulo identificar um plano para sequestrar e matar o parlamentar, sua mulher e os filhos do casal. O MP de São Paulo comunicou Moro e a PF. Também ciente da ameaça, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acionou a Polícia Legislativa em 7 de fevereiro para providenciar escolta para o senador.
De acordo com as investigações, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados se encontravam nos estados de São Paulo e Paraná.
A operação foi batizada de “Sequaz”, que se refere ao ato de seguir, vigiar e acompanhar alguém, devido ao método usado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações sobre as possíveis vítimas.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, ainda, que autoridades policiais de vários estados também eram alvos do plano elaborado pelo PCC. Ele não falou em quantidade nem nome. Desta vez foi por pouco. E na próxima?