A Comissão de Economia da Assembleia Legislativa teve acesso aos documentos sigilosos da auditoria do Tribunal de Contas sobre a venda da Corsan. Deputados de oposição denunciam irregularidades no contrato e pedem CPI para investigar a privatização.
Os integrantes da Comissão podem acessar os documentos da auditoria sobre a venda da companhia de forma individual. E não podem compartilhar informações com outros deputados. Os documentos sigilosos do Tribunal de Contas do Estado são contestados pelos partidos de oposição, que pedem transparência do processo por se tratar de uma empresa pública e há indícios de irregularidades, segundo o deputado Miguel Rossetto (PT).
O procurador-geral do Ministério Público de Contas também deve ser ouvido. “Todas manifestações dão conta de um negócio mal feito. O próprio procurador geral do Ministério Público de Contas aponta irregularidades graves como preço subavaliado e privilégios para o comprador, a AEGEA”, destacou o deputado petista.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Água, o Sindiágua/RS, a Corsan obteve lucro líquido de 319 milhões de reais no primeiro trimestre e foi vendida por um valor muito abaixo do mercado, segundo os deputados que buscam apoio para a CPI.
A companhia foi vendida em dezembro num lance único em leilão de 4 bilhões de reais. Para abrir a comissão de investigação, são necessários 19 assinauras de parlamentares.
A oposição, formada pelo PT, Psol e PCdo B, tem 14 votos, faltando mais cinco, que devem ser buscados nas bancadas do PL e do Republicanos. “Estamos trabalhando para, ainda na semana que vem, colhermos as assinaturas para a CPI e investigarmos as possíveis e graves ilegalidades desse processo”, ressaltou Rossetto.