As denuncias de irregularidades na compra de materiais escolares provocaram dois pedidos de CPI na Câmara Municipal de Porto Alegre. A oposição quer que a Prefeitura esclareça o gasto com o dinheiro público.
Na Escola Ildo Meneghetti, na Zona Norte, o vereador Alex Fraga (PSOL), encontrou mais caixas de livros que não estão sendo usados pelos alunos.
Problemas com materiais também acontecem na Zona Sul. Professora na escola Lidovino Fanton, na Restinga, Tsuzy Estivalet denuncia a falta de controle do município. “O órgão responsável pelo controle ligou para a escola para confirmar se nós tínhamos dois mil chromebooks, quando na verdade, nós demos 250 chromebooks”, revelou.
“A Prefeitura de Porto Alegre adotou uma prática, no último ano, de comprar inúmeros itens para a Secretaria de Educação, sem licitação, com tomada de preço, sem explicação. Itens que hoje a gente vê na sala de aula, seis meses depois,que estão lotando a sala de aula e não estão sendo utilizados. Este montante chega a 120 milhões de reais”, criticou a vereadora Mari Pimentel (Novo).
A secretária de Educação do município, Sôni Rosa, afirma que as compras não são ilegais.
“É muito importante que a gente tenha claro que não houve desperdício do dinheiro público. Tivemos um problema de gestão, de logística, que já estamos consertando. O próprio prefeito Melo instituiu uma auditoria especial na secretaria. E não só isso, a ideia é fazer com que todo este material chegue às escolas e seja usado”, argumentou a secretária.