Foto: GCA/Divulgação PMPA

Ivanete Oliveira é moradora da Ilha das Flores. Doente, ela precisou ir até a ilha vizinha para buscar atendimento médico, carregada pelo marido: “Ele me levou nas costas, porque estou doente há mais de 10 dias, então não posso ter contato nenhum com a água”, explica.

Com o acúmulo de água e lama, o medo de contrair doenças assombra os moradores das regiões alagadas da capital. “Lá em casa, eu não tenho deixado meus filhos saírem. Não tem como sair, tem lugares que a água cobre uma criança pequena”, Ivanete conta.

Os entulhos e objetos cortantes embaixo da água aumentam a atenção para o risco de tétano. Em relação as doenças provocadas pela água contaminada, Filipe Vieira, médico da Unidade de Saúde da Ilha dos Marinheiros, alerta para a diarreia aguda, a hepatite A e a leptospirose: “Temos observado um aumento nos casos de diarreia. A leptospirose ainda não registramos nenhum caso”, diz.

A recomendação é evitar contato direto com a água contaminada, mas a maioria dos moradores não têm acesso aos equipamentos de proteção. “O meu marido sai de chinelo, porque não tem bota de chuva nem macacão, e eu nem sei quanto isso custa”, explica Ivanete.

O ideal é procurar atendimento à primeira manifestação de sintomas, o que fica difícil com os transtornos causados pelas chuvas. Três unidades de saúde atendem a população nas Ilhas de Porto Alegre. Duas estão fechadas por risco de inundação. A Ilha dos Marinheiros é a única que está com o posto de saúde aberto e que concentra os atendimentos da região no momento.

De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, a pessoa que apresentar febre, dor de cabeça ou dores no corpo dias depois de ter contato com a água de enchentes ou de esgoto, deve procurar imediatamente o serviço de saúde. O diagnóstico e o tratamento precoce são importantes para uma boa recuperação.

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