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No último dia 17 de novembro, foi celebrado o Dia Nacional de Combate à Tuberculose. A data tem como objetivo conscientizar por meio de ações de mobilização, conscientização, sensibilização e prevenção da doença, considerada um problema de saúde pública.

Para conscientizar sobre a importância da prevenção, Paulo Viana entrevistou o Dr. Marcelo Tadday Rodrigues, Coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Mãe de Deus, que respondeu algumas das perguntas mais frequentes sobre o tema.

O que é tuberculose?

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch.

Quais são os sintomas da tuberculose?

O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse, que pode ser seca, mas comumente é produtiva e inclusive pode haver expectoração de sangue. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Outros sinais e sintomas que podem estar presentes, mas que não são específicos de tuberculose, como febre vespertina (no final do dia), inapetência, perda de peso, sudorese noturna.

Quais são os tipos de tuberculose?

A tuberculose pode ser dividida, em termos gerais, em pulmonar e extrapulmonar, que envolve outros órgãos que não o pulmão. A forma disparadamente mais comum, e que é transmissível, é a forma pulmonar, mas também podem ser afetados a pleura, os ossos, os rins, os gânglios, entre outros.

Como se pega a tuberculose?

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos.

 Como é o tratamento da tuberculose?

A partir do diagnóstico de tuberculose pulmonar ativa, o tratamento, que é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem duração mínima de seis meses e é composto, em sua primeira linha, de quatro medicamentos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. O fornecimento da medicação, e o acompanhamento do tratamento são feitos na Unidades de Saúde.

Quais pessoas têm mais risco de contrair a tuberculose?

Qualquer pessoa pode adoecer por tuberculose. No entanto, alguns grupos populacionais possuam maior risco de adoecimento, como os indígenas, pessoas que vivem com HIV, diabéticos, pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, pessoas com a imunidade comprometida, entre outros. Pesquisas mostraram que a faixa etária adulta e o sexo masculino são mais acometidos pela tuberculose. Tradicionalmente, o sexo masculino está associado a algum grau de negligência à saúde, o que retarda o diagnóstico, o tratamento, e facilita a transmissão da doença.

Quando devidamente tratada, a tuberculose tem cura?

Sim, a tuberculose é uma doença curável. Estima-se que o tratamento básico tenha 95% de chances de cura, sendo essencial a adesão ao tratamento (que o paciente não abandone o tratamento). O paciente que abandona o tratamento pode ter piora da doença e/ou adquirir resistência aos medicamentos básicos para a tuberculose e até evoluir para o óbito.

Como prevenir a tuberculose?

A prevenção da tuberculose é feita a partir do nascimento, com a vacinação pela BCG (bacilo Calmette-Guérin), protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias de idade.

Outra importante forma de prevenção é o tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB), que é uma estratégia de prevenção para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares de doença ativa nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou uso de alguns medicamentos (para isso, é importante que a equipe de saúde realize a avaliação dos contatos de pessoas com tuberculose e ofereça o exame para diagnóstico da ILTB aos demais grupos populacionais, mediante critérios para indicação do tratamento preventivo).

Além do exposto acima, o emprego de medidas de controle de infecção também faz parte das ações de prevenção da doença, tais como: manter ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar; proteger a boca com o antebraço ou com um lenço ao tossir e espirrar (higiene da tosse); e evitar aglomerações.

 

Os conteúdos desta coluna têm caráter informativo e não substituem a consulta com um médico.

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