Presidente Lula (PT) em evento no Planalto. Foto: Pedro Ladeira/ Folhapress

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) retomou suas atividades e está se preparando para julgar as ações que pedem a cassação do senador Sérgio Moro (União Brasil – PR) por abuso de poder econômico durante a campanha de 2022. A composição do tribunal está prestes a mudar, aguardando a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para indicar um substituto.

No contexto do processo, o advogado Rodrigo Gaião, que fazia parte da defesa de Moro, deixou os casos que tramitam no TRE-PR. O senador agora é representado por Gustavo Guedes, e afirma aos seus interlocutores que Gaião nunca atuou em seu processo. A saída de Gaião ocorreu na última sexta-feira (19).

Os processos em questão foram movidos pelo Partido Liberal (PL) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT). As acusações incluem abuso econômico e caixa 2 na campanha de 2022. Em dezembro, Moro prestou depoimento, negando irregularidades e recusando-se a responder perguntas do PT, entre outras partes.

O PL alega que a pré-campanha de Moro foi “irregular”, causando “desequilíbrio eleitoral” ao migrar de uma disputa presidencial para o cargo de senador. O partido argumenta que “Os investigados orquestraram conjunto de ações para usufruir de estrutura e exposição de pré-campanha presidencial para, num segundo momento, migrar para uma disputa de menor visibilidade, menor circunscrição e teto de gastos 20 vezes menor, carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente, ferindo a igualdade de condições entre os concorrentes ao cargo de senador”.

Por sua vez, o PT aponta indícios de que Moro utilizou recursos do Fundo Partidário e do fundo eleitoral, além de outras movimentações financeiras suspeitas, para construir e promover sua imagem como pré-candidato, independentemente do cargo em disputa.

Além das questões no TRE-PR, Moro está sendo alvo de uma investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que examinará se ele usou a magistratura com fins político-partidários e se houve irregularidades na gestão das multas dos acordos de delação e leniência homologados na Operação Lava Jato.

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