Aula de Democracia

O debate favorece a relação rica e complexa entre candidatos e sociedade. Foi o que ocorreu, ontem à noite, no encontro promovido pela RDC TV e Lide no Sheraton Hotel. Durante quase três horas, os pretendentes ao cargo de prefeito de Porto Alegre se revezaram na exposição do que pretendem realizar. O formato objetivo cercou os principais temas da cidade, na perspectiva de dias melhores para a população.

Despreparado

Esqueceram de dizer ao deputado federal Ricardo Barros que opiniões pessoais devem ser reservadas para a roda de chope com amigos nos finais de semana. Ele é líder do governo na Câmara. Antes de defender, publicamente, um plebiscito para consultar a população sobre o desejo de uma nova Constituição, precisaria conversar com a cúpula no Palácio do Planalto. A manifestação isolada criou mais um tumulto, como se os já existentes não bastassem.

Carrossel

O Brasil está na Constituição de número sete. As anteriores foram de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946 e 1967. Quatro promulgadas por assembleias; duas impostas, uma por Dom Pedro I e outra por Getúlio Vargas, e uma aprovada pelo Congresso por exigência do regime militar.

Desvio de atenção

Escrever uma nova Constituição não é como ir ao guarda-roupa e escolher camisa, calça e casaco. A atual tem 250 artigos e 114 disposições transitórias. O Congresso pararia por dois anos, no mínimo, para debater. Se há necessidade de mudanças, o melhor caminho é resolver por emendas.

Diferença

A Constituição dos Estados Unidos é a mesma desde 1789. Tem sete artigos e 27 emendas.

Quadro sem retoques

Dinheiro não nasce em árvores. De agosto para setembro deste ano, a Dívida Pública Federal passou de 4 trilhões e 412 bilhões para 4 trilhões e 527 bilhões de reais. O Tesouro Nacional foi obrigado a emitir títulos acima da média histórica para enfrentar os gastos extras com a pandemia de Covid-19. Significa também que pagaremos mais juros.

O impossível acontece

O Tribunal de Contas da União apurou superfaturamento de 281 milhões de reais em 35 contratos de combate à Covid-19. A maioria dos casos se concentra em Roraima, Maranhão, São Paulo, Paraíba e Amazonas.

A lei branda vai livrar logo os criminosos.

Argumento falso

O movimento antivacinação surgiu em 1998, quando um médico inglês publicou artigo, afirmando que a prática tinha efeitos altamente nocivos. Anos depois, veio a se saber que os dados eram falsos e o texto foi encomendado por um escritório de advocacia de Londres. Pretendia ganhar indenizações de laboratórios e precisava de uma prova.

Na lista

A Organização Mundial de Saúde em seu recente relatório sobre os dez maiores riscos à preservação da vida incluiu o movimento antivacinação, que usa as redes sociais sem cessar.

Com muita ginástica

Pagar ao funcionalismo público os salários de outubro até 10 de novembro, em meio à crise, torna-se uma proeza do governo do Estado. Os seis dias úteis de atraso no calendário será o menor da atual gestão.

De que lado está

Publicado pela revista Forum: “Altair Reinehr, pai da governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reinehr, é um professor de história conhecido por defender Hitler e negar o Holocausto. Suas postagens nas redes sociais em 2011, defendendo o genocida, foram apresentadas em reportagem da Folha de São Paulo.”

Estratosféricos

Dados divulgados esta semana pelo Banco Central: em setembro, a taxa de juros do cheque especial chegou  a 114,2 por cento e do cartão de crédito a 309,9 por cento ao ano.

Carona negada

Renato Ari, candidato a vereador pelo Patriota em Criciúma, queria usar só o nome Bolsonaro. A Justiça rejeitou: “Além de enganoso, o nome poderia gerar dividendos eleitorais indevidos com desrespeito à isonomia da disputa.”

Chama-se amizade

Fabiano Cazeca, candidato do Pros à Prefeitura de Belo Horizonte, doou 20 mil reais à campanha do Cabo Xavier, do PMB, que concorre ao mesmo cargo. Para Cazeca não faz diferença. Seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral passa de 5 milhões e 500 mil reais.

Não entendem o drama

O inglês John Maynard Keynes, cujas ideias influenciaram profundamente o século passado, costumava dizer: “O desemprego é o problema central de toda a teoria econômica.”

Deveria ser lido e assimilado por burocratas que sempre exigem um papel a mais para empresários, quando tentam legalizar empreendimentos. Também por governantes que não se constrangem em arranjar penduricalhos para a folha de pagamentos, fazendo o valor dobrar e desestimulando novos contratos.

Compartilhe essa notícia: