O governo federal revisou a inflação no ano de 6,2 para 8,4 por cento. A projeção pior do que a estimativa usada para elaborar o Orçamento pressiona teto de gastos e comprime despesas. Em Brasília, onde os protagonistas da cena política têm os contracheques garantidos a cada final do mês, importa mais a briga entre os poderes.

 

          É só ser chamado

Alçado à condição surpreendente de moderador em meio à crise, o ex-presidente Michel Temer segue de plantão em São Paulo. Bastará o aviso para estar 1 hora e 45 minutos depois em Brasília, munido da fórmula para apagar incêndios.

 

       Para não quebrar os pratos

       O Poder Moderador existiu no país durante a vigência da Constituição de 1824, outorgada por Dom Pedro I dois anos após a Independência. O artigo 98 do texto delegava ao imperador a chave de toda a organização política e de chefe supremo da nação. A missão era “velar incessantemente pelo equilíbrio e harmonia dos demais poderes políticos”. Visava impedir choques quando ultrapassassem os limites de suas competências.

       Busca do equilíbrio

A Assembleia Legislativa aprovou, esta semana, o projeto de lei complementar 246/2021, que faz mais uma adequação à legislação federal para os trâmites necessários à adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal. Permitirá transição segura para que o Estado volte a pagar a dívida com a União, incluindo os mais de R$ 13 bilhões não repassados ao Ministério da Fazenda desde a liminar de 2017.

        Estilo direto   

    Ulysses Guimarães em 1985: “Não se pode fazer política com o fígado, conservando  rancor e ressentimentos na geladeira. A Pátria não é capanga de idiossincrasias pessoais. É indecoroso fazer política uterina em benefício de filhos, irmãos e cunhados. O bom político costuma ser mau parente.”

Outra manifestação, de 1967: “A censura é a inimiga feroz da verdade. É o horror à inteligência, à pesquisa, ao debate, ao diálogo. Decreta a revogação do dogma da falibilidade humana e proclama os proprietários da verdade.”

 

         Nova fase

Amanhã, serão assinalados os 75 anos da promulgação da quinta Constituição Federal, que continha 218 artigos. A 2 de dezembro de 1945 tinha ocorrido a eleição dos integrantes da Assembleia Constituinte. As atividades se iniciaram a 2 de fevereiro, sob o impacto da derrota do nazi-fascismo na Europa e do fim do Estado Novo no Brasil.

 

        Com mais liberdade

A Constituição de 1946 estabeleceu como principais dispositivos: a igualdade de todos perante a lei; a liberdade de manifestação de pensamento, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas; a inviolabilidade do sigilo de correspondência; a liberdade de consciência, de crença e de exercício de cultos; a inviolabilidade da casa como asilo do indivíduo e a separação dos poderes.

Sepultou os conceitos extremamente centralizadores da Carta outorgada em 1937, que deu ao presidente Getúlio Vargas poderes ilimitados.

 

       Maioria do PSD

A bancada gaúcha na Constituinte de 1946 teve entre os integrantes: Ernesto Dornelles, Getúlio Vargas, Adroaldo Mesquita da Costa, Batista Luzardo, José Diogo Brochado da Rocha, Dâmaso Rocha, Daniel Faraco, Elói José da Rocha, Flores da Cunha, Gaston Englert, Glicério Alves, Pedro Vergara, Raul Pilla e Teodomiro Fonseca.

Vinte eram do Partido Social Democrático; dois da União Democrática Nacional; dois do Partido Comunista Brasileiro; um do Partido Trabalhista Brasileiro e um do Partido Libertador.

 

       Grau de exigência

Assessores de marketing, especializados em campanhas, conversavam ontem sobre campanhas. Um deles definiu: “É mais difícil eleger um vereador do que um presidente. Para as Câmaras Municipais, os eleitores votam em quem eles conhecem. Para presidente, escolhem qualquer pessoa.”

 

       Um pouco de teatro

Cada assessor tem pronta cartilha para candidatos que concorrerão pela primeira vez. Inclui melhorar o gestual, a dicção e a expressão corporal. Alguns definem como astúcia política. Outras ensinam a reagir de acordo com cada plateia. Faz parte do show.

       Vivendo e aprendendo

       Para os que não se elegem, o repertório de frases dos assessores é invariável: “Lembre-se de que podia ser pior.” Outra: “Aprenda a sorrir diante de obstáculos.” Mais uma: “Tire sempre partido de suas derrotas.

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