Foto: Maria Ana Krack/PMPA

A prefeitura de Porto Alegre vai contratar uma empresa para fazer a gestão do Mercado Público. Secretários afirmam que não se trata de privatização. A notícia deixou os permissionários apreensivos com a possibilidade de aumento nos valores do aluguel.

O Mercado Público foi construído em 1869 e completa 154 anos em outubro. Com a reforma interna, ganhou um segundo piso e um teto novo. Depois de enfrentar um incêndio em 2013, o prédio histórico foi renovado. Possui agora 109 bancas, que vendem ervas, chás, alimentos, frutas e verduras. “É o lugar mais democrático que existe. Você vem aqui num sábado de manhã e vê pessoas das mais variadas classes sociais, do mais variado poder aquisitivo. O cara pode comprar bofe de boi e pode comprar caviar”, observa o ex-vereador Adelí Sell.

Mas os donos das bancas estão apreensivos com uma informação. Em um encontro com empresários, o prefeito Sebastião Melo falou em privatizar a gestão do Mercado Público. Ou seja, repassar os serviços para uma empresa administrar, numa espécie de condomínio. O secretário adjunto de Patrimônio logo explicou que não se trata de privatização do prédio histórico. “Se trata da centralização de contratação de uma única empresa para todos os contratos que nós temos aqui no Mercado”, ressaltou Richard Dias.

O secretário disse que já está sendo concluída a licitação para selecionar a empresa ainda neste semestre. Na entrevista para a RDC TV nesta quarta-feira, ele preferiu falar em compartilhar ao invés de “privatização”. Uma palavra que dá arrepios nos corredores e nas bancas.

Segundo os permissionários, a possibilidade de aumentar o valor da taxa de aluguel foi descartada pela prefeitura. “Nós não nos opomos. Até porque é uma maneira que vai sair da outorga do mercado, os valores que já estamos pagando. Já tem sinalização do secretário que não vai onerar”, informou Adriana Kauer, presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público.

O ex vereador Adeli Sell vai pedir ao prefeito para manter a gestão compartilhada. “É a melhor forma que tem. Cada um com a sua responsabilidade, mas o Poder Público não pode se eximir dessa responsabilidade”, afirmou.

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