Discurso de posse é momento revelador na vida de um político. Ao assumir a presidência da Assembleia Legislativa, ontem à tarde, o deputado Valdeci Oliveira não fugiu às suas características. Começou se referindo com emoção aos vínculos familiares, numa manifestação de carinho e reconhecimento que o engrandece.

A seguir, ressaltou o papel do Legislativo como casa do diálogo, da construção de pontes e da busca de consenso. Ao afirmar que “aqui não há vencidos nem vencedores”, deixou claro que, no Parlamento, o valor a ser preservado é o interesse público. Usou com precisão o verbo esperançar, como uma necessidade constante. Desfez o cotejo entre Economia e zelo à vida, ressaltando que “os dois são indispensáveis”. A síntese de seu compromisso no cargo ficou expressa na frase “não dá para errar ou esperar”.

É o que os gaúchos esperam.

Na medida certa

No discurso de despedida da presidência da Assembleia, o deputado Gabriel Souza poderia ter feito um longo relato de suas realizações. Num gesto elogiável, foi simples e discreto. Não aproveitou a ocasião para fazer do pronunciamento uma peça de campanha à prévia do MDB que escolherá o candidato do MDB ao governo do Estado este mês.

Balanço positivo

Do site do jornal O Estado de São Paulo, ontem: “Impulsionado pela inflação, pela recuperação econômica e pelo maior consumo de bens e serviços, o setor público consolidado (União, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou superávit em 2021 após sete anos no vermelho. O resultado positivo foi de R$ 64,727 bilhões, revertendo parcialmente o recorde negativo em 2020 (-R$ 702,950 bilhões), em meio aos gastos extraordinários relacionados à pandemia de covid-19.”

Observação vale até hoje

O ministro Sydney Sanches foi um notável  presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Em 1990, usando a sinceridade, criticou o horário de propaganda dos candidatos em rádio e TV por sua apresentação em rede, deixando o público sem opções. Justificou: “Ninguém gosta de ser forçado a nada.”

Prometer não custa nada

A certeza, a cada campanha eleitoral, é que virá uma safra nova de slogans. Na maioria, enganadores.

Excesso de confiança

Assessores de muitos candidatos acreditam que erros estratégicos são eliminados quando os tanques do marketing entram em ação.

Na peneira

Manter a maior bancada no Senado será um grande desafio do MDB. Entre os 81 senadores, tem 15. Mandatos de seis se encerrarão este ano.

Saltam no ritmo da música

De 3 de março a 1º de abril estará aberta a janela para troca de partidos. O bloco Chama Que Eu Vou estará pronto para desfilar.

Há 100 anos

Faculdades de História e de Ciência Política em todo o País preparam seminários para assinalar o centenário da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. Durante a madrugada de 5 de julho de 1922, no Rio de Janeiro, ocorreu a primeira ação do movimento tenentista contra a República Velha. A finalidade era derrubar o governo e mostrar insatisfação com a provável eleição do presidente Artur Bernardes.

Falhou a adesão

Os líderes esperavam que alguns estados e áreas militares do Rio participariam do levante. Porém, só ocorreu no Forte. O governo federal já sabia da organização e a impediu. O Forte de Copacabana foi bombardeado, tendo a ordem saído do Palácio do Catete. Dos 301 militares do movimento, 272 se renderam.

Perdas

Embora haja controvérsias quanto ao número, pois os depoimentos dos sobreviventes e as notícias da Imprensa da época não coincidem, os participantes da marcha travaram tiroteio com as forças legais. Os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram com graves ferimentos. Entre os mortos, estavam os tenentes Mário Carpenter e Newton Prado.

Pesquisas erram

Desafiando todas as probabilidades, os socialistas de centro-esquerda de Portugal conquistaram uma maioria parlamentar absoluta nas eleições gerais de domingo, garantindo um novo mandato para o primeiro-ministro Antonio Costa, defensor das contas públicas equilibradas. A centro-direita, favorita até sábado, naufragou.

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