Dirigentes de partidos devem entregar placas, perpetuando o reconhecimento aos marqueteiros que contrataram. De Norte a Sul do país, cumpriram a orientação recebida. Deixaram as plataformas dos candidatos de lado e construíram novelas. O assessorado recebeu as vestes de herói e os adversários representam meros vilões.
Diante da falta de propostas
O jornal O Estado de São Paulo entrevistou um especialista em comportamento para analisar o debate de sábado entre os presidenciáveis, sob o argumento de que o corpo fala. Quando o espaço é ocupado por festival de acusações e poucas propostas, a pauta faz sentido.
Destinos semelhantes
Trecho do editorial do Diário do Comércio, de Belo Horizonte, sábado, definiu tudo: “Trocam acusações, todos eles, sempre enxergando no outro as culpas, enquanto prometem mundos e fundos, perdendo de vista inclusive que, seja qual for o vencedor, acabará no colo do agora chamado Centrão, onde os critérios de apoio obedecem a regras muito peculiares, além de suficientemente conhecidas.”
Breve relato
O tiroteio verbal e inconsequente dos dias de hoje é café pequeno diante do que a política brasileira provocou ao longo do tempo: as revoltas tenentistas no Forte Copacabana (1922) e em São Paulo (1924); a Coluna Prestes (de 1924 a 1927); a deposição o presidente Washington Luís (1930); a Revolução Constitucionalista liderada pelos paulistas (1932); as tentativas de tomadas do poder pelos comunistas (1935) e pelos integralistas (1938), entre outros episódios.
Não muda
Sonhando com o poder, as campanhas eleitorais equivalem a temporadas de más companhias. Os palanques se tornam corredor de ônibus: sempre cabe mais um, mesmo que o passado condene. Depois, figuras carimbadas e com culpa nos cartórios cobram a conta, querendo cargos.
Incontestável
Trecho inicial de artigo publicado por Marco Maciel em julho de 2006:
“Consideradas historicamente, as reformas políticas têm se cingido, no Brasil, a sucessivas reformulações de natureza eleitoral. Criamos, com isso, a síndrome de tomar por políticas simples mudanças pontuais do sistema partidário-eleitoral. E a melhor evidência é que, conquanto multiplicando-se ao longo do tempo, essas reiteradas reformar restringiram-se à mudança do sistema majoritário adotado em 1821, no Império, pelo sistema proporcional instituído mais de um século depois pelo Código Eleitoral de 1932, o que nos leva a indagar em que medida tais alterações ajudaram a aprimorar nossas instituições políticos-representativas.”
Surpresa
A expectativa de economistas: a prévia do IPCA, cuja divulgação o IBGE fará amanhã, mostrará deflação no item alimentos.
Boa notícia
O gás de cozinha, vendido pela Petrobras às distribuidoras, ficou 6% mais barato desde sexta-feira. É a segunda queda no preço este mês.
Outros dados: em 2002, o consumo de gás no país foi de 29 milhões de metros cúbicos por dia. A estimativa é de que este ano se encerrará com a média diária de 78 milhões de metros cúbicos.
Desobediência
Desde 10 de março deste ano, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) teve o bom senso de exigir que os serviços de telemarketing passassem a usar 0303 como identificação. É uma forma de deixar de atender, diante da insistência muitas vezes ao dia para os mesmos clientes, desinteressados no que ofertam. Mesmo assim, as empresas ignoram. Não se tem conhecimento de alguma punição pela Anatel.
Lenha na fogueira
Uma das consequências da declaração de Vladimir Putin de que usará armas nucleares para defender o território russo: a alta nos preços futuros do petróleo até agosto de 2023, interrompendo a tendência de queda que ocorria desde julho.