Faltam exatos dois meses para as escolhas diante de longas listas com plataformas opostas. Deveria, porém, haver uma iniciativa comum a todos os partidos: distribuir a cada candidato que concorre o livro “Um País sem Excelências e Mordomias”. Os cofres públicos ganhariam.

       Comparação

Escrito pela jornalista Claudia Wallin, o livro mostra o exemplo da Suécia “onde os políticos ganham pouco, andam de ônibus e bicicleta, cozinham sua comida, lavam e passam suas roupas e são tratados como você.”

Quem é pobre e rico

Wallin vai adiante: “Você já imaginou um país em que parlamentares não aumentam o próprio salário? Que não contam com uma troupe de assessores? Que não têm gabinete próprio e ocupam cubículos de 15 metros quadrados? Estes políticos (também prefeitos, ministros, secretários, vereadores) não habitam nenhum universo ficcional. Existem numa das democracias mais antigas, ricas e sólidas do mundo. Que não tolera luxos ou privilégios. A Suécia realizou tal milagre.”

Quando será possível no Brasil? A mudança, ainda que lenta, dependerá das decisões a 2 de outubro.

    Equivocados

Muitas lideranças do MDB erram ao atribuir culpa a Eduardo Leite pelo fato de o partido não ter candidato próprio ao governo. O alvo deve ser exclusivamente a fatia emedebista que assumiu cargos na atual gestão e gostou de exercitar o poder. Pressupõe-se que ninguém é ingênuo na política gaúcha.

Não seguiu adiante

Durante muitos anos, o ex-deputado Beto Albuquerque não cansou de repetir que só concorreria ao governo do Estado. Sonhou alto, mas as tentativas para a formação de alianças não se sustentaram. Temendo resultado insatisfatório nas urnas, renunciou à candidatura e acompanhará o desenrolar da planície.

     Só

Em Santa Catarina, o PDT também não conseguiu aliados. Disputará o governo estadual tendo como candidato o ex-deputado federal Jorge Boeira.

            Chance perdida

O Fundo Partidário garante dinheiro a cada sigla para que organize cursos sobre política destinados a  filiados. É a porta correta de entrada para a formação de futuros líderes e candidatos. Só não aproveitam a oportunidade porque não querem. A preguiça acaba vencendo.

       Adianta avisar?

“A humanidade está a um erro de cálculo da aniquilação nuclear. Desde o auge da Guerra Fria não havia risco semelhante”, afirmou ontem, em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, António Guterres, na abertura da conferência dos 191 países signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

No intervalo do evento, a maioria dos participantes, como faz há anos em eventos com a mesma característica, levantou-se para ir ao bar beber cafezinhos e fumar cigarros. Parecem conformados.

 

Tragédia adicional

Outra circunstância que não provoca reações: números oficiais demonstram que a guerra na Ucrânia já obrigou mais de 6 milhões de pessoas a deixarem o país. A maioria é composta por mulheres e crianças. Os homens ficam para lutar contra o poderio bélico da Rússia. O reencontro  das famílias é incerto e não sabido.

       Aproveitou

“Se o cavalo passar encilhado, eu monto.” Foi a declaração que o repórter Wilson Müller obteve de Getúlio Vargas a 31 de julho de 1950. Vargas estava exilado em sua fazenda de São Borja e recebia apelos para concorrer à eleição presidencial daquele ano. Mantinha-se, porém, calado e distante. Só revelou a intenção ao desembarcar em Alegrete, onde acompanharia as buscas das sete vítimas de um acidente aéreo, no morro do Jacaquá, em que morreu Salgado Filho, seu companheiro do PTB. Na noite anterior, Salgado tinha sido lançado, em convenção no Teatro São Pedro, de Porto Alegre, candidato ao governo do Estado.

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