As manifestações contrárias, antes de começar a convenção do Podemos em Porto Alegre, sábado, tornaram-se demonstração do que Sérgio Moro enfrentará na campanha. Lulistas e bolsonaristas se unem tendo o ex-juiz federal como alvo.

Neste momento, Moro é o pole position da terceira via.

 

Linha aberta

Lideranças do MDB elogiaram a iniciativa de Moro, que visitou Pedro Simon no sábado e aproveitou para pedir conselhos sobre o cenário de 2022. Combinaram que voltarão a conversar.   

 

Vai se apressar

Para não dar a impressão de que ficará em cima do muro até o momento derradeiro do registro, o MDB lançará quarta-feira, em Brasília, a candidatura de Simone Tebet. Não significa que, adiante, deixará de pedir uma escada para voltar ao muro, se a senadora pelo Mato Grosso do Sul não deslanchar nas pesquisas.

 

É possível

Nos bastidores, comentam que o presidente nacional do MDB, o paulista Baleia Rossi, tem um acordo com o PSDB: indicar Simone como vice de João Doria.

 

Pavimentando para o 2º turno

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, publicada neste final de semana, Doria disse acreditar que ele e Moro estarão “no mesmo campo em 2022, mas não necessariamente na mesma candidatura”.

 

MDB divide-se

O Congresso Estadual, realizado sábado em Porto Alegre, demonstrou:

1) Uma ala prefere esperar que José Ivo Sartori confirme sua candidatura ao governo do Estado. Outros acham que ele não concorrerá, atrasando o lançamento do partido.

2) O dia 19 fevereiro foi definido em reunião do diretório estadual, na sexta-feira, para votação e anúncio do candidato, mas está sendo contestado. Há lideranças alegando que o período de férias não é adequado para visitar delegados. Preferem 15 de março, como ocorreu em 2013.

3) Além de Sartori, disputam a condição de candidato o presidente do diretório estadual, deputado federal Alceu Moreira, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza.

4) Moreira quer distância do PSDB na formação da chapa. Souza projeta o contrário.         

 

O que nos reserva?

O Cabo Daciolo virá de novo. Candidato à Presidência da República em 2018, prometeu que faria 51% dos votos. Não passou de 1,26%. Foi o sexto colocado, ficando à frente de Henrique Meirelles, Marina Silva, Álvaro Dias e Guilherme Boulos. Garantiu alguns momentos de humor nos programas de propaganda na TV. Daciolo começou a carreira no PSol e foi assinando fichas de filiação: Avante, Patriota, Podemos, PL e hoje está no Partido da Mulher Brasileira.  

 

Esperemos   

De 1960 até meados de 1980, Flávio Cavalcanti foi um dos mais famosos apresentadores de TV no país. Polêmico e provocador, quebrava discos que não gostava para delírio das plateias. Criticava calouros e ironizava no ar os jurados dos programas. Bastava o tempo esquentar para levantar o dedo e pedir: “Nossos comerciais, por favor.” 

Quando a campanha presidencial entrar na fase quente, os eleitores precisarão repetir Cavalcanti, trocando palavras: “Os seus programas de governo, por favor.”   

Se não apresentarem os planos e como viabilizá-los, teremos apenas um espetáculo e não uma disputa séria pelo poder.

 

Deixando questões secundárias

A recuperação da Economia deverá ser o pano de fundo no começo da campanha presidencial, depois de dois trimestres seguidos de retração, de acordo com cálculos baseados no Produto Interno Bruto.

 

Fotografia triste

O governador do Pará, Hélder Barbalho, disse à CNN Brasil que 400 mil doses de vacinas estão para perder a validade em seu Estado, porque a população se recusa a se vacinar. Assim é impossível combater a pandemia.  

 

Metralhadora giratória

A República recém tinha completado 37 anos quando os críticos apareceram inconformados. O Editorial da Folha da Manhã, de São Paulo, publicado a 4 de dezembro de 1926, usou termos de um dicionário raro:

“O regime político vigente no Brasil vai tendo a mais nefasta influência sobre o caráter brasileiro. Tínhamos estadistas, enquanto havia homens feitos pelo regime anterior, isto é, feitos no ambiente do Império. Os políticos feitos sob a República são sombras, fantoches, bonecos, quando não palhaços, histriões e atores. O povo não existe, não tem funções, não tem direitos, é a massa anônima que vegeta e paga impostos.”

     

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