Algum instituto, entre muitos que se declaram voltados ao interesse público, deveria fazer uma pesquisa para avaliar o grau de conhecimento da população sobre os orçamentos federal, estaduais e municipais. Revelará o distanciamento da grande maioria sobre receitas e despesas. Em média, cada brasileiro trabalha 140 dias por ano para pagar tributos e abastecer os cofres públicos. É motivo mais do que suficiente para ter acesso e saber.
Para confundir
Os orçamentos públicos são vistos pela maioria da população como uma enorme chatice, cheios de números e de tabelas indecifráveis. A complicação é arma de tecnocratas para manter a população distanciada.
Provoca taquicardia
A cada resultado negativo do Grêmio, dirigentes do PDT dobram o número de calmantes e veem a esperança da candidatura de Romildo Bolzan ao governo do Estado se esvair.
Longa jornada
Em 2023, a Petrobras completará 70 anos. Espera-se que até lá ofereça combustíveis a preços menos amargos para os consumidores.
O petróleo é nosso foi uma das mais fortes movimentações populares ocorridas no País. Culminou com a aprovação da lei 2004, de 3 de outubro de 1953, que criou a Petrobras, derrubando a mentira divulgada de que o Brasil não tinha petróleo.
Há impasse
Com a cooperação de universidades, a Petrobras desenvolveu tecnologias e formou contingentes de geólogos, engenheiros, químicos e técnicos. Além de fornecer combustíveis para movimentar o país, alavancou a indústria de fertilizantes e a petroquímica.
Hoje, a estatal deve atender aos interesses dos grandes acionistas ou da população?
Causou prejuízos
Nos dois últimos anos, governos em vários níveis derrubaram barreiras da burocracia. Por décadas, dificultaram ao extremo a regularização de negócios. Os obstáculos, envolvendo regras, normas e disposições, serviram para estimular o aumento da economia informal, que não paga impostos. O país viveu um longo período em que misturava ineficiência e desperdício.
Muito claro
Antonio Cánovas del Castillo, presidente do governo espanhol de 1874 a 1897, foi autor de uma frase relembrada nos anos eleitorais: “Em política, o que não é possível é falso”.
Debate sofrível
A partir de maio, o Senado, a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas diminuirão o ritmo. Parlamentares vão se entregar de corpo e alma aos ataques e contra-ataques. Perderão a noção de como fazer política, passando a usar linguagem chula e rastaquera, achando que a tática dá votos. Enganam-se.
Sem bússola na tempestade
Jornais argentinos noticiam o inimaginável: na região metropolitana de Buenos Aires, 130 mil apartamentos estão vazios e que os proprietários não oferecem para locação. A falta de confiança de longo prazo na moeda nacional derruba o mercado. As imobiliárias trabalham com as portas fechadas.
Resultado de um governo populista. Na campanha eleitoral prometeu estabilidade econômica, mas não consegue entregar à população.
Está só esperneando
Sobre a candidatura de João Doria ao Planalto, resta uma frase: o trem está atrasado ou já passou.
Equivocou-se
Depois de ver sua candidatura à Presidência da República desmoronar, Sergio Moro disse que segue como “soldado da democracia, estimulando a composição”. Pretendia participar como protagonista de primeira linha na campanha. Terá de se contentar com o papel de coadjuvante. Paga o preço da inexperiência na política. Talvez ganhe status mais privilegiado em 2026.
Curto-circuito no bolso
Levantamento da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia com 33 países mostra que a tarifa paga no Brasil é a segunda maior, atrás apenas da Colômbia. O valor elevado é atribuído às taxas e impostos embutidos na conta. Os dados divulgados indicam que em quatro anos as taxas aumentaram 47%. Do valor pago pelos consumidores, 53,5% correspondem à geração, à transmissão e à distribuição da energia elétrica. O resto é composto por tributos que bancam políticas públicas, subsídios e ineficiências do setor.
Boa iniciativa
Plínio Valério, ouvidor-geral do Senado, é autor do projeto de lei 546/2022. Prevê que “o nome do produto, a identificação de seu princípio ativo e a sua data de validade devem ser grafadas de modo facilmente compreensível, legível e indelével, com bom tamanho e, também, impressão em braile, nas embalagens de medicamentos”. A sugestão foi encaminhada por um aposentado. Hoje, para ler a data de validade, é preciso descobrir onde está e usar lente de aumento.
Não é espetáculo
De vez em quando, torna-se necessário relembrar: a Política é um instrumento, e decisivo, para melhorar a sociedade e a vida dos indivíduos.