A 23 de julho de 1986, o presidente José Sarney, completamente perdido, lançou um novo pacote econômico. Previa o pagamento adicional de 30%, a título de empréstimo compulsório, na compra de automóveis zero quilômetro. Com até dois anos de uso, 20% e, entre dois a quatro anos, 10%.

       O preço da gasolina subiu 28% que também iriam diretamente para o Tesouro Nacional.

       A devolução do dinheiro ocorreria três anos depois, mediante apresentação das notas fiscais. Os poucos que conseguiram reaver passaram por sacrifícios.

       Governo foi adiante

Com o pacote, as passagens aéreas e a compra de dólares tiveram acréscimo de 25 por cento para reforçar o caixa do governo. Porém, havia diferença: as quantias não seriam restituídas.

Não passou de um confisco vergonhoso.

        Coragem limitada

No mesmo dia, Sarney, que havia prometido dar andamento à reforma administrativa, mas cedeu a pressões políticas, retardando as decisões. Parlamentares e  corporações exigiam que retirasse da lista o exame das contas de 172 empresas estatais para verificar os motivos pelos quais a maioria dava prejuízos.

         Sem esquecer

    Cinco meses antes de lançar o pacote do empréstimo compulsório, Sarney decidiu enfrentar a inflação com o Plano Cruzado. A principal marca era o congelamento de preços. Alimentos, combustíveis e muitos outros produtos tiveram os preços tabelados pelo governo. Ficou longe do resultado esperado.

        República do disse que não disse

       Como se não bastassem a pandemia, as mortes, o risco da volta da inflação e as dificuldades para a retomada da Economia, surge uma guerra de versões. Envolve declarações sobre o condicionamento das eleições de 2022 à aprovação do voto impresso pelo Congresso. Entre um desmentido e outro, o barco segue à espera de horizonte melhor.

         Ainda sem resposta

       O colunista Carlos Brickmann escreveu há 10 anos: “Como agir para que a liberdade da Internet, uma conquista da sociedade, não se transforme numa arma de difamar pessoas? É um bom tema de debate para nós, jornalistas. Ou nos autorregulamentamos ou encontraremos rapidamente alguém que, usando nossos erros como pretexto, irá regulamentar-nos para evitar nossos acertos.”

         Acham que o dinheiro não tem dono

    Amplo acordo entre os parlamentares aumentou de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões as verbas destinadas ao Fundo Eleitoral, que passa a ser conhecido como “tira mão do meu bolso”. O placar da vergonha: na Câmara dos Deputados, foram 278 votos favoráveis e 145 contrários. O Senado chancelou: 40 votos sim e 33 não.

       Cabe ao presidente Jair Bolsonaro vetar.

 

        Pegos de surpresa

A Operação Acalento, comandada pelo Ministério da Justiça, tirou do convívio social mais de mil suspeitos de praticar crimes contra crianças e adolescentes. Formou-se um superdestacamento de quase nove mil profissionais para cumprir 110 mandados de prisão em mais de mil municípios de todos os estados. Muitas ocorrências serão abortadas daqui para frente. Os criminosos sabem que a Polícia Civil está mobilizada para mandá-los para prisão.

        Lentidão e dor

O rompimento da barragem em Mariana,  Minas Gerais, vai completar seis anos. As indenizações aos familiares de 18 mortos e um desaparecido ainda não ocorreram.

        Lazer & negócio

Donos das maiores fortunas do mundo  passam a se dedicar a voos em foguetes. Querem transformar em um grande negócio, atraindo interessados para as viagens. A prática ganha definição: é a Disneylândia espacial dos bilionários.

        Preços nas alturas

A charge de Lute, no jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, ontem, resume tudo. A cliente entra no açougue e o balconista pergunta se ela vai pagar a compra no crédito ou no débito. A resposta: “No crédito e em 12 vezes.”

        Precaução indispensável

Faz mal à saúde dedicar apenas um dia por ano para o combate ao fumo, produto que prejudica metade de seus consumidores regulares. São 6 milhões de mortes por ano no mundo, 200 mil no Brasil. Mais de 100 milhões de pessoas morreram em decorrência do uso no século 20. O número poderá chegar a 1 bilhão no século 21 se nada for feito.

O que os governos recolhem de tributos nas vendas não chega a um terço dos gastos para o tratamento de fumantes em hospitais públicos.

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