Falta mais uma vacina

Quando o incitamento ao estupro de filhas de ministros torna-se tema de sessão no Supremo Tribunal Federal, como ocorreu ontem, fica comprovado: além do coronavírus, há outra doença grave circulando no país.

Equivocados

Minorias extremistas não conhecem limites. Gostam de praticar crimes como se fosse um direito garantido pela liberdade de expressão.

Entra na contramão

O relógio começou a correr ontem para o novo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Ao tomar posse, pediu “armistício patriótico, compreensão e abertura ao diálogo”.

Se conseguir convencer, marcará época no governo. Caso contrário, limpará as gavetas em breve.

Fazem as apostas

Centenas de laboratórios de pesquisas científicas, produção de vacinas e remédios estão sendo acompanhados com lentes de aumento. Investidores tentam descobrir os que têm chances de derrubar a Covid 19 e comprar suas ações na Bolsa de Valores. Os acertadores vão passar muito tempo contando dinheiro do lucro.

Malas prontas

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é o mais novo morador do Edifício Balança Mas Não Cai. Usando jargão do futebol, é um zagueiro faceiro. Entra em qualquer jogada sem medir o risco de que poderá abrir a porta para o gol do adversário.

A qualquer momento, receberá a sentença de despejo. Talvez seja abrigado em alguma embaixada na Europa.

Passou do limite

A manifestação de Weintraub na reunião ministerial de 22 abril, em que pediu a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal, entornou o caldo.

Perigo não está oculto

Antes dos avanços tecnológicos, durante reuniões sigilosas costumavam dizer: “Cuidado que as paredes ouvem.” Hoje, há equipamentos que gravam som e imagens.

Lembrando: a 1º de setembro de 1994, o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, antes de entrar no ar para uma entrevista na Rede Globo, comentou com o apresentador: “Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde.”

Foi o suficiente para deixar o cargo.

Querem mais

Partidos políticos sugerem aumentar o tempo de propaganda dos candidatos em rádio e TV este ano. Seria a forma de compensar dificuldades que encontrarão nas campanhas em razão da pandemia e a recomendação do isolamento. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é um dos primeiros a apoiar.

Respeito a alternativas

O aumento do tempo de propaganda pode até ser admitido, desde que acrescente um artigo: não poderá haver rede obrigatória de transmissão no mesmo horário. Ouvintes e telespectadores precisam ter o direito de escolha. Caso contrário, vai se repetir a circunstância de anos anteriores: muitos aparelhos desligados.

Condensam ou cansam

Nas Escolas de Jornalismo, professores costumam lembrar que não adianta estender. Quem tem dificuldades em sintetizar a mensagem em cinco minutos não resolverá aumentando para dez minutos. A questão é mais de qualidade do conteúdo do que de tempo.

Há outra fórmula

Em muitas universidades públicas brasileiras, eleições para o cargo reitor se tornaram disputas envolvendo o apoio de partidos políticos. Países desenvolvidos utilizam processo seletivo técnico, que avalia a qualificação dos candidatos. Depois, são submetidos à aprovação final por um colegiado.

Novo conceito

Administradores começam a debater o tema jornada de trabalho. Muitos já estão convictos: não é o número de horas de permanência nas empresas que define a produtividade e a qualidade do que os funcionários fazem.

Abriu-se a porteira

A 18 de junho de 2005, o diretório nacional do PT decidiu, ao final de reunião longa e tensa, manter em seus postos o tesoureiro, Delúbio Soares, e o secretário geral, Silvio Pereira. Eram acusados pelo deputado federal Roberto Jefferson de envolvimento no pagamento de mesadas a 80 parlamentares em troca de apoio no Congresso.

Persistem na crítica

O presidente nacional, José Genoino, anunciou que renunciaria ao cargo se a crise do mensalão derrubasse Delúbio e Pereira.

Passados 15 anos, petistas históricos atribuem ao episódio o começo de problemas que tomaram vulto muito maior. Acrescentam: se tivessem ocorrido os afastamentos, a história do partido seria outra.

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