A conta vai longe
O placar eletrônico jurometro.com.br chegou a 250 bilhões de reais às 13h45min de ontem. Valor pago pelo governo federal para rolar sua dívida desde 1º de janeiro deste ano. Dinheiro que saiu do bolso de cada brasileiro, seguiu para os cofres públicos e depois acabou transferido aos bancos.
O que se quer é transparência
A dívida do governo federal, hoje, ultrapassa 4 trilhões de reais. Fazendo uma retrospectiva, fica-se perguntando: onde foi parar tanto dinheiro?
Dois momentos
A fortuna repassada aos credores lembra o que disse Pedro Malan, ministro da Fazenda no governo Fernando Henrique Cardoso, sobre endividamento público: “De início, o cachorro abana o rabo. Depois, é o rabo que abana o cachorro.”
Quando o dinheiro de empréstimos começa a irrigar os cofres públicos, há regozijo com a realização de obras suntuosas, garantindo vitórias eleitorais. Ao chegar a conta…
Não mudam
O Brasil adota o federalismo, forma de organização de Estado em que os entes são dotados de autonomia administrativa, política, tributária e financeira necessárias para manter o equilíbrio que se estabelece entre eles. Só não se entende o motivo pelo qual a União fica com 58 por cento da arrecadação de tributos de todo o país. Aos Estados cabem 24 por cento e aos municípios, 18 por cento. Basta conferir as atribuições de cada um para concluir que a distorção é brutal.
Vai pressionar
Quem achava Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro Nacional, integrante da linha dura vai se surpreender. Foi substituído por Bruno Funchal que defende a redução de salário e jornada de servidores públicos para controle de gastos nos municípios, nos estados e na União. Mesmo que o Supremo Tribunal Federal, em junho, tenha considerado a medida inconstitucional, Funchal levará o tema ao Congresso.
Desandou a carruagem
O ministro Vital Rego, do Tribunal de Contas da União, foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro pela força-tarefa da Operação Lava Jato. Ele teve 4 milhões de reais em bens bloqueados na nova fase da operação, deflagrada ontem.
Como senador, em 2014, Rego estava com a faca e o queijo: presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras.
Custo e benefício
Alguns dos seus integrantes esquecem: o Tribunal de Contas da União julga balanços de administradores públicos e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos federais. A despesa anual do Tribunal, no orçamento federal, fica em torno de 2 bilhões e 200 milhões de reais.
Consideram-se acima de suspeitas
Só para lembrar: a 29 de março de 2017, o presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Aloysio Neves, outros quatro conselheiros e um ex-conselheiro foram presos durante a Operação Quinto de Ouro, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A ação apurava desvios para favorecer membros da corte durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral.
Basta de desperdícios
A ala do governo federal que defende o teto e o controle de gastos públicos quer gerar espaço fiscal para investimentos necessários e fortalecimento de políticas sociais. É o que poderá sustentar o programa Casa Verde e Amarela, lançado ontem, para atender 1 milhão e 600 mil famílias de baixa renda com financiamento habitacional reduzido até 2024.
Sonhos desfeitos
A pandemia provocou o fechamento de 135 mil estabelecimentos comerciais em todo o país no segundo trimestre deste ano. Cálculo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Muitos dos queriam abrir seus negócios e foram impedidos ingressarão na Justiça, pedindo ressarcimento dos prejuízos.
Dano irreparável
Finalmente, o secretário geral das Nações Unidas, Antonio Guterrez, omisso desde o começo da pandemia, manifestou-se, lamentando a situação: 1 bilhão de estudantes em todo o mundo fora das salas de aulas. Classificou como uma “catástrofe geracional”. Vamos ver o que fará daqui em diante.