Cansou
Até março de 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes, insistiu que as finanças do governo federal se encaminhavam para um brete. Havia necessidade de medidas que foram adiadas no Palácio do Planalto. Quando, surpreendentemente, chegou a Covid-19, Guedes nem precisou mais falar. Os auxílios emergenciais multiplicaram por seis o déficit no orçamento da União.
Não pode ser o fim da linha
Ontem pela manhã, em conversa com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que o país está quebrado e que ele não consegue resolver a situação. Culpou a pandemia, o que é óbvio. Para não fugir à tradição, condenou o trabalho da Imprensa.
Depois da declaração, 5 de janeiro deve entrar no calendário como o Dia do Espanto, do que acontece de maneira inesperada e que provoca assombro, choque, perplexidade, estranheza e confusão.
Do outro lado
O que dirá o empresário que teve de reduzir a produção, dispensar funcionários ou fechar, perdendo patrimônio acumulado por muitos anos? Como reagirão os desempregados que enfrentam situação de dificuldades jamais imaginada?
Assusta
De contestador dos graves problemas e crítico de jornalistas, Bolsonaro precisa passar à condição de articulador com urgência. “Eu não consigo fazer nada”, como declarou ontem, é uma saída simplista e perigosa. Ninguém que exerce mandatos nos Legislativos e nos Executivos foi empurrado para assumir. Pesou o voto. Agora, precisa pesar a decisão de enfrentar o momento mais dramático já vivido pelo país.
Dose de ânimo
Para os que madrugam e trabalham todos os dias, a esperança não murcha, nem cansa. Reafirma-se a perseverança na travessia, cheia de obstáculos, mas possível e viável a partir dos esforços para recomeçar.
Questão de escolha
O País, os Estados e os Municípios continuarão os mesmos, enquanto os eleitores derem preferência aos que se consagram pelas benesses concedidas, endividando mais os cofres públicos e esquecendo de superar as dificuldades estruturais.
Inadiável
Tarefa da qual o Congresso não poderá fugir este ano: um acordo para o País andar.
Finalmente
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo Rodrigo Lorenzoni, comemorou ontem à tarde: “Com a assinatura do contrato de concessão da área do armazém A7, no Cais Mauá, próximo à Usina do Gasômetro, termina o imbróglio de dois anos que impedia a utilização do espaço. Porto Alegre terá mais uma belíssima área que movimentará o turismo e a Economia.”
Opinião atual
Em maio, o discurso de Ruy Barbosa no Senado completará 100 anos. Um trecho:
“O governo não é, em país de liberdade, o oráculo da verdade. É um agente do poder público, sujeito à fiscalização dos representantes do povo, sujeito a contas estritas com a nação.”
Desafio vencido
Durante a pandemia, pais desempenham tarefa adicional: são tutores de ensino para os filhos que não vão às escolas. Muitos dizem que se aproximaram muito na convivência. Outros acrescentam ter descoberto uma vocação.
Omissão trágica
Um ano depois do surgimento do novo coronavírus, equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) vai desembarcar na China este mês, com ares de missão secreta, para investigar a origem da pandemia. O atraso tem motivo: autoridades do país onde surgiu a tragédia querem se eximir de qualquer responsabilidade. Dócil, a OMS é capaz de aceitar os argumentos.
Frase atravessa décadas
François Guizot, primeiro-ministro da França de 1847 a 1848: “Quando a política entra no recinto dos tribunais, a Justiça se retira por alguma outra porta.”
Rejeitou a falcatrua
Faltando duas semanas para entregar o cargo, Donald Trump estourou o último cartucho. Queria que o secretário do Estado da Geórgia, o republicano Brad Raffensperger, encontrasse 11 mil e 780 votos, o suficiente para reverter sua derrota. Brad reafirmou a lisura dos resultados, pondo fim à carreira personalista do 45º presidente norte-americano.