Como enfrentar o mau tempo
Pedro Malan foi considerado o ministro mais fleumático da Fazenda. Tinha disposição para serenidade e frieza. Paulo Guedes se aproxima do modelo. Em meio à forte tempestade, consegue manter as mesmas características de Malan. Sem se perturbar, afirma que a vacina é essencial para recuperar a Economia, mesmo que entre em choque com o chefe.
Não pedem o impossível
O presidente Jair Bolsonaro foi a um jantar em São Paulo, quarta-feira, com empresários da categoria pesos pesados, acompanhado pelo ministro Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A maioria dos anfitriões quer que o país ande para frente. Sugeriram que os caminhos da produção tenham menos zigue-zagues, provocados sem qualquer sentido pelo governo.
Na contramão
O mineiro Romeu Zema é um dos governadores mais próximos de Bolsonaro, contrariando inclusive orientação do Partido Novo, que integra. Ontem, durante entrevista coletiva, surpreendeu, lamentando que “o presidente menosprezou a pandemia, especialmente no início dos casos de infecção, em março de 2020”.
Impasse
Mesmo que o Judiciário revise decisões sobre reabertura ou não das escolas, persistirá o medo justificado dos pais que saem para trabalhar. Dividem-se entre permitir que os filhos fiquem na escola, com ambiente controlado, ou em casas de parentes e até mesmo nas ruas, como acontece com a maioria.
Equação difícil
Trabalhadores informais, camelôs e os que vivem de biscates perguntam: por que não podem sair de casa para trabalhar e garantir o sustento? Que proteção é essa que provoca a miséria?
Dado alarmante
Levantamento recente da Fundação Getúlio Vargas mostra que o número de brasileiros que vivem na pobreza saltou de 9 milhões e 500 mil, registrado em agosto de 2020, saltou para 27 milhões em fevereiro deste ano. Ao mesmo tempo, os preços dos alimentos dispararam.
Perspectiva mais sombria
Esperava-se uma palavra de alento do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antônio Barra Torres, ontem, ao falar em audiência no Senado. Resumiu com tristeza: “A situação da pandemia do Brasil está longe do seu fim”.
Onde foi parar o dinheiro?
O Tribunal Superior Eleitoral demorou, mas ontem decidiu: o diretório nacional do PDT deverá devolver 2 milhões e 500 mil reais aos cofres públicos, após terem sido constatadas irregularidades no uso do Fundo Partidário em 2015.
Soco na parede
Quando era juiz federal, Sérgio Moro condenou o doleiro Paulo Roberto Krug, envolvido no escândalo do Banco do Estado do Paraná, que localizou esquema bilionário de evasão de divisas entre 1996 e 2002. Agora, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que Moro foi parcial no julgamento, anulando a sentença.
A cada novo episódio dessa natureza, o ex-juiz se fortalece perante a opinião pública.
Desinteresse pernicioso
Hoje é o Dia da Biblioteca, instituído para incentivar a leitura como ferramenta para a educação. Das 180 mil escolas no país, 98 mil não têm biblioteca.
Após seis inexplicáveis anos de tramitação, foi aprovado em 2010 projeto de lei, determinando que até maio de 2020 todas as escolas públicas e privadas deveriam ter bibliotecas. Estamos ainda muito longe. A primeira alegação que surge: falta dinheiro. Ignoram o valor do investimento. É preciso ainda acrescentar a expressão falta de vontade.
Roleta das opiniões
Desde o fechamento dos cassinos, ocorrido em 1946, o tema volta com frequência ao debate no Congresso Nacional. Os lobistas são incansáveis. Os contrários ao funcionamento dos cassinos alegam que a aprovação abrirá as portas para a lavagem de dinheiro. A Inglaterra encontrou uma fórmula: os cassinos são clubes fechados. Obrigam o registro das quantias que o apostador troca por fichas, ganha e perde. Isso evita a declaração de quantias obtidas em atividades ilícitas como lucro no jogo.
Rejeição à insanidade
As duas torres do Congresso Nacional receberam, na noite de quarta-feira, a projeção da frase “Holocausto nunca mais”, em memória aos 6 milhões de judeus exterminados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
