Deveriam jogar muito melhor

O combate à pandemia pressupõe o uso da expressão estratégia conjunta, ausente há um ano no país. Se pedissem a um comentarista de futebol que analisasse o quadro, diria: os zagueiros não se articulam com a meia cancha e só dão balões para frente; os laterais não avançam para armar jogadas; o miolo é lento e passa mal; os atacantes ficam isolados e sem poder para chegar ao gol adversário.

Trágica espiral

“O Brasil superou os norte-americanos no número de mortes causadas pelo novo coronavírus por 100 mil habitantes.” (Notícia de 26 de agosto de 2020).

“O Brasil superou os Estados Unidos em número de mortes por Covid-19, considerando a proporção de habitantes de cada país.” (Notícia desta quarta-feira).

O que falta

A esperança é de que a pandemia crie as condições para a união dos contrários em favor do bem comum, algo raro na história brasileira.

O pior cenário        

Em 1998, o jornalista Washington Novaes publicou artigo, referindo à educação, com o título Tudo ou Nada, que este colunista guarda em seu arquivo. Um trecho: “Sem escola, sem aprendizado, sem linguagem, sem possibilidade de expressar emoções e sensações que fazem nascer o conhecimento. Que futuro terão?”

Não imaginava que 22 anos depois ficariam fechadas para evitar a propagação de uma tragédia.

Na capital nacional do desrespeito

A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou, ontem, novas medidas, incluindo a proibição de funcionamento de quiosques, boates e feiras de artesanato. A permanência nas ruas e em espaços públicos também fica restrita no horário entre 23h e 5h. Só conferindo o noticiário dos próximos dias para acreditar que serão adotadas.

Para tirar dúvidas

Institutos de pesquisas, sempre atentos aos acontecimentos, poderiam perguntar em todo o país: qual será o tema fundamental da próxima campanha eleitoral à Presidência da República?

Devem aprovar  

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes, propôs ontem que os valores previstos nas emendas parlamentares de 2021 sejam integralmente reservados para o Governo do Estado adquirir vacinas, equipamentos como respiradores e garantir mais leitos de UTI. Totalizam 55 milhões de reais.

Sopa de letrinhas

Em países desenvolvidos, existem de um a quatro índices para medir os preços. No Brasil, há muito tempo tecnocratas não abrem mão de um conjunto: INPC, IGP-M, IGP, IPA, IPC (da Fundação Getúlio Vargas), IPC (da Fipe), ICV e IPCA. A quantidade não impediu que a população enfrentasse recordes mundiais de inflação.

Reinvenção

Comerciantes gaúchos que vão a São Paulo surpreendem-se com os exemplos de transformação do varejo que motivam os consumidores. Retornam com ideias que pretendem pôr em prática quando a pandemia for superada.

Receita arquivada

Há 14 anos, dois meses e cinco dias a população está livre do imposto sobre cheque que os tecnocratas chamaram de Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF). Desde 31 de dezembro de 2007, quando houve a extinção, não foram poucas as vezes em que, diante de um aperto no caixa do governo, tentaram restabelecer a mordida.

Ninguém segura

A Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional aprovou, na quarta-feira, o parecer do relator, deputado Beto Pereira, iniciando a análise da proposta orçamentária para 2021. O que já se sabe: o déficit do governo federal será de 247 bilhões e 100 milhões de reais. Desde 2014, as despesas superam as receitas.

Gastos excessivos

A 19 de abril, haverá sessão especial no Senado para comemorar os 61 anos da inauguração de Brasília. A proposta é de Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal. Na justificativa, comentou: “Brasília tem origem no plano urbanístico concebido em quatro escalas estruturais: monumental, gregária, residencial e bucólica. Da interação dessas quatro escalas, nasceu uma cidade que, sendo monumental, é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional.”

Faltou acrescentar: é cara demais para o bolso da maioria dos brasileiros.

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