Esgotou-se o tempo para demagogia

Se a Covid-19 for dominada e as eleições se realizarem este ano, as campanhas terão características inéditas. Entre elas, a dificuldade do contato direto dos candidatos com a população e o tempo reduzido para expor promessas. No fundo, os males que afligem os municípios são bem conhecidos. Faltam ações para erradicá-los. Sobressai-se o mau uso do dinheiro arrecadado na forma de impostos, que dá origem a desmandos de todas as ordens.

Sair do atoleiro

Para uma parcela dos eleitores, bastará que os candidatos demonstrem conhecimentos sobre as contas do município. Já significará grande ganho. Se fosse procedimento comum, prefeituras não estariam mergulhadas em dívidas impagáveis e com problemas nas áreas da saúde, do transporte e da educação. Por décadas, a bola de neve não parou de crescer.

Sem dar voltinhas

Demonstrar capacidade de impulsionar a retomada da Economia será exigência indispensável. Candidato que quiser vender passagem para um mundo encantado nem precisará gastar o verbo. Mais do que nunca, a eleição envolverá compromisso e responsabilidade.

Direto no bolso

O custo da generosidade dos governos federal e estaduais, ao enviarem aos Legislativos projetos de reforma tributária, por enquanto é o aumento dos impostos.

Foi para gaveta

Notícia frequente até 2010, não se ouve mais falar nas listas fechadas. Pelo sistema, os eleitores votam apenas em siglas e não nos candidatos. Cada partido formula a sua relação, dando chance aos que ficam no topo. Tendo a maioria dos partidos virado balcão de negócios, dá para se imaginar o critério das listas.

Lei descumprida

Muitos leitores reclamam, com frequência, das dificuldades para obter informações em setores públicos. Trata-se de direito assegurado pela Lei de Acesso à Informação, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em novembro de 2011. Gestores passaram a ter a obrigação de responder aos requerimentos de informações no prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais 10 quando o adiamento for justificável.

Encaminham ao labirinto

Poucos são os entes públicos que obedecem à legislação. Quando dão retorno aos requerentes, fazem de modo incompleto. Outros remetem para páginas na Internet, denominadas Portais de Transparência, de difícil acesso, complicada navegação e com dados de hermética compreensão.

Fina ironia

Roberto Campos, quando era deputado federal, sabia encontrar uma brecha entre nuvens pesadas provocadas por discursos sem conteúdo. Aterrissava o seu paraquedas com bom humor: “Há leis que pegam e leis que não pegam. Uma sempre pega. É a lei da oferta e da procura, irritante para Vossas Excelências, pois não foi votada nem publicada no Diário Oficial.”

Para diminuir riscos 

Cada vez mais companhias aéreas passam a exigir o exame para detectar o coronavírus 72 horas antes do embarque.

Diferença explica tudo

Steven Levitt, professor da Universidade de Chicago e especialista em estudos sobre violência, fala com clareza: “Para combater a criminalidade, é preciso tornar desfavorável a relação entre risco e benefício.” Corretíssimo.

Nos Estados Unidos, 98 por cento dos homicídios resultam no encarceramento dos responsáveis. No Brasil, onde a lição não foi aprendida, fica em 5 por cento.

Dispostos a gastar

A jornalista Mariana Missiaggia relata de Nova Iorque para o Diário do Comércio, de São Paulo, sobre um dos efeitos do isolamento : “Mais de 1 mil e 200 pessoas aguardavam em uma lista de espera do Julien Farel Restore Salon & Spa, no bairro de Upper East Side, em Manhattan, por um corte de cabelo que custa, no mínimo, mil dólares.”

Assustador

O estudo Breaking the Plastic Wave, um dos mais completos e analiticamente robustos já publicados, faz projeções: 1) até 2040, a produção de plásticos no mercado dobrará; 2) a quantidade de plásticos jogada nos oceanos atingirá 600 milhões de toneladas, caso não sejam tomadas medidas urgentes.

É a rota

Garrafas de refrigerantes e outros recipientes atirados em um riacho de qualquer cidade chegam aos rios e desembocam no mar.

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