Gostam de dar espetáculo

O debate entre Donald Trump e Joe Biden na TV, ontem à noite, reviveu o estilo das edições da Revista do Rádio, campeã de venda entre 1948 e 1970. Leitores iam direto à página dos Mexericos da Candinha, que relatava sobre vida íntima e intrigas entre artistas.

Não melhoram

Os candidatos à Presidência dos Estados Unidos deixaram de lado questões vitais, passando a discutir sobre a honestidade de cada um. Demonstraram, mais uma vez, que estão abaixo do nível que se espera em um país civilizado.

Medo e despreparo

Com 60 tipos de impostos, taxas e contribuições,o sistema tributário brasileiro é tão emaranhado e confuso que apenas uma minoria se encoraja para discutir a reforma profunda e necessária. Comprova a falta de conhecimento e maturidade.

Zona de alto risco

O governo federal parece que não percebe: a inflação dá fortes sinais com o índice de preços no atacado tendo atingido 20 por cento nos últimos 12 meses.

Equívoco

A recusa do presidente Jair Bolsonaro leva nosso país para viagem no túnel do tempo até a extinta Guerra Fria. A população quer se livrar da pandemia, sem olhar a ideologia de quem produz a vacina.

Fim da fartura

Houve um tempo em que setores da opinião pública criticavam prefeitos por acumular recursos durante três anos para investir em obras às vésperas das eleições. Hoje, nem isso é possível. As receitas mal conseguem pagar as dívidas.

Comportas abertas

Os orçamentos dos governos municipais, estaduais e federal para 2021 apontam déficits. Parlamentares aprovarão, confirmando que o vício endêmico de gastos desnecessários persistirá. Desconhecem parâmetros de zelo com o dinheiro da população.

Agora é tarde

A criatividade não para e o deputado federal Fábio Ramalho, do MDB de Minas Gerais, tenta o impossível: votar projeto de lei que cancela as eleições municipais deste ano, transferindo-as para outubro de 2022. Unificaria permanentemente as escolhas de prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores e presidente.

Ramalho alega que “a pandemia limita a efetiva participação democrática que se exige para a realização de eleições diretas”.

Não deixa de ter razão.

Aposta duvidosa

Muitos programas de candidatos a prefeituras apostam em parcerias público-privadas. O formato vem desde o imperador Dom Pedro II, quando houve a expansão da rede ferroviária.

Atualmente, investidores desconfiam por perceberem certa insegurança jurídica. Temem que novos governos queiram mudar as regras dos contratos.  Nenhum deles põe dinheiro em negócios que possam dar prejuízos. O que move o setor privado é o lucro. A ingerência excessiva do setor público persiste como uma zona sombreada.

Com o aval da experiência

Em 1989, Ruy Barbosa foi nomeado primeiro ministro da Fazenda do regime republicano. Em sua longa carreira política, exerceu por cinco mandatos a função de senador. Conhecia os meandros do poder como poucos. É sua a definição: “O presidente da República encarna o poder dos poderes, sendo o grande nomeador, o grande contratador, o poder do bolso, o poder dos negócios, o poder da força.”

Insegurança   

Promessas irrealizáveis em campanhas eleitorais fazem lembrar um provérbio nordestino: “Tem um quê, com dois poréns.”

Trégua

Com repertório de vocabulário esgotado, os Estados pararam de discursar contra o descumprimento da Lei Kandir. A verdade continua a mesma: desde 1996, quando passou a vigorar, sucessivos governos aplicaram o calote. É o conhecido estilo de Brasília.

Passadas as eleições, os prejudicados precisam abrir de novo o dicionário para escolher as palavras de ataque.

Calote vai seguir?

Luis Arce, eleito presidente da Bolívia, diz que “não quer uma vingança”, porque “há muita coisa a fazer”. Apoiado por Evo Morales, poderá começar pela indenização à Petrobras que teve expropriadas refinarias de gás em territórios bolivianos, há 14 anos, sem indenização. O investimento brasileiro superou 1 bilhão de dólares.

Parceria nefasta

A Constituição boliviana, em seu artigo 67, confere ao presidente o poder de desapropriar os bens de particulares em nome do interesse público. A Constituição prevê também a indenização dos prejudicados.

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