Lembrança de momento histórico
Neste sábado, serão assinalados 75 anos do retorno do primeiro contingente da Força Expedicionária Brasileira, que lutou na Segunda Guerra Mundial. Enfrentando tropas cujos países pregavam o totalitarismo, 25 mil e 700 oficiais e soldados foram vitoriosos na Itália, em batalhas como as de Fornovo, Collechio, Castelnuovo, Montese e Monte Castelo.
Reconhecimento
O editorial do Jornal do Brasil, de 19 de julho de 1945, expressou o sentimento de orgulho pelo feito durante a Segunda Guerra Mundial.
“A cidade do Rio de Janeiro, com emoção, esteve inteira na recepção dos soldados que voltaram da jornada heróica. A população tributou-lhes a maior homenagem registrada em nossa memória, enchendo as ruas, transbordando pelas praças, tomando conta das praias, na avidez de descortinar ao longe, na manhã clara de ontem, o vulto do navio em que viajava um grupo que o Brasil enviou para luta. E ele fez mais do que isso. Não só combateu como venceu, trazendo de lá louros e prestígio para aumentar o patrimônio que um país digno soube criar.”
Relatos
Em 2005, este colunista fez inúmeras entrevistas com pracinhas da FEB, que resultaram em 10 programas apresentados na Rádio Guaíba. Em um deles, José Conrado de Souza, que depois presidiu a Associação dos Ex-Combatentes, recordou: “Ao amanhecer de 18 de julho de 1945, foi muito forte a emoção de rever a Baía da Guanabara. Estávamos, finalmente, voltando. Pouco depois, todos nós começamos a desfilar pela Avenida Rio Branco. Soldados da Polícia e do Exército não conseguiram conter a população que invadiu a área do desfile. Todos queriam uma lembrança. Quando cheguei ao final da Avenida, vi que não tinha mais farda, quepe, mochila, medalha e crachá. Levaram o que puderam. Foi inesquecível.”
Retrato de outra tragédia
O Brasil tem 11 milhões e 41 mil de jovens que completaram 15 anos de idade sem aprender a ler nem a escrever. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Educação 2019, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Solução não é impossível
O abandono das salas de aula é uma circunstância constante. O Senado e a Câmara dos Deputados deveriam abrir mão de 20 por cento de seus gastos, que ficam em torno de 11 bilhões reais por ano, e destinar para uso exclusivo em grandes campanhas de incentivo e reintegração de alunos às escolas. O ganho seria muito maior do que o financiamento de mordomias a parlamentares.
Exemplo
Quando terminou a Segunda Guerra Mundial, a França estava humilhada porque parte da população colaborou e aplaudiu os invasores nazistas em Paris. Em outubro de 1945, o presidente do governo provisório, general Charles De Gaulle, e seu gabinete propuseram um pacto nacional, que foi aceito. Dali para frente, poderia haver escassez de alimentos, transportes, remédios e outros serviços no país. Só não poderia faltar dinheiro para a educação. Afirmavam e com razão: o conhecimento da História, dado nas escolas, impediria nova rendição ao totalitarismo.
Perdido no tiroteio
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, complica-se em meio a denúncias num mar de corrupção. Oito secretários, incluindo os da Fazenda e da Casa Civil, deixaram o barco, tomando o rumo de casa.
Surpreendeu
Severino Cavalcanti, que faleceu ontem, chegou à presidência da Câmara dos Deputados a 14 de fevereiro de 2005, quando ninguém esperava. Disputou o cargo como candidato avulso, sem apoio de nenhum partido. Elegeu-se no segundo turno com 300 votos, 105 a mais do que o paulista Luiz Eduardo Greenhalgh, candidato oficial do governo e da bancada do PT, a maior da Câmara.
Parecia não ter fim
A eleição para a presidência da Câmara começou às 19 horas do dia 13 de fevereiro. Todos acreditavam que, no máximo, o processo demoraria quatro horas. Este colunista entrou no estúdio da Rádio Guaíba às 23 horas para comentar o resultado. A transmissão entrou pela madrugada e só se encerrou às 6h da manhã. A partir da meia noite surgiram impasses até a votação final. Com o repórter Fábio Marçal, que estava em Brasília, relatamos todos os detalhes da vitória do pequeno contra o gigante.