Marchezan fragilizado

A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou ontem à tarde a abertura de processo de impeachment contra o prefeito Nelson Marchezan Júnior. Havia necessidade de 19 votos favoráveis e a soma final chegou 31. Contrários, apenas quatro votos.

O que pesou

Três motivos levaram Marchezan à derrota:

1º)  o uso de 3 milhões e 100 mil reais do Fundo Municipal de Saúde para gastos com publicidade desde o começo da pandemia. Foi o que embasou o pedido de impeachment.

2º) as dificuldades de relacionamento do prefeito com a grande maioria dos vereadores, que vêm desde o começo da gestão.

3º) a paralisação das atividades, que levou à perda de empregos e à falência de empresas. Os vereadores não querem se vincular à decisão que provoca imensos prejuízos.

Muda o cenário

O processo contra Marchezan enfraquece sua tentativa de reeleição e muda o tabuleiro da sucessão em Porto Alegre. Se os partidos de centro e de direita se unirem, haverá grande chance de não ocorrer 2º turno.

Não será difícil

Ao participar de audiência no Congresso, ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que “o sistema tributário brasileiro é um manicômio”. Depois do diagnóstico, falta acrescentar o tratamento: internação urgente de parlamentares, técnicos de governos e especialistas em Direito Tributário para elaboração da reforma que o país espera há mais de 30 anos.

Inaceitável

O texto da primeira fase da reforma tributária precisa ser examinado com lente de aumento. O governo quer cobrar 12 por cento de impostos sobre livros.

O baixo índice de leitura é uma das nossas mazelas históricas e colabora para o empobrecimento da formação e dos debates.

Sentido dos livros

O escritor Mario Vargas Llosa, ao receber o Prêmio Nobel de Literatura em 2010, disse: “Um mundo sem literatura se transformaria num mundo sem desejos, sem ideais, sem desobediência, um mundo de autômatos privados daquilo que torna humano um ser humano: a capacidade de sair de si mesmo e de se transformar em outro, em outros, modelados pela argila dos nossos sonhos”.

Ataque ou defesa

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que estão em vários partidos e concorrerão a prefeituras e câmaras municipais, aguardam orientações sobre a linha que deverão adotar nas campanhas.

Memória indispensável

A melhor contribuição que entidades representativas da sociedade podem promover é a criação do Museu Nacional do Desperdício. Começaria em Brasília com a relação e fotos de obras inacabadas ou sem utilidade, acrescentando o que foi gasto. Depois, chegaria a estados e municípios, cujos governantes ao longo de décadas desprezaram o dinheiro dos impostos saído do bolso de cada um de nós.

Falta responder

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, quer aumentar o horário de votação em uma hora e reservar o início do período, das 8h às 11h, para idosos.

A primeira pergunta: os que têm idade avançada sairão de casa, caso ainda não exista vacina?

A segunda: como evitar filas e concentração, à tarde, para os demais eleitores?

Avanço

A empresa mineira Tacom produziu os primeiros 1.500 ventiladores pulmonares denominados inteligentes para dar suporte aos pacientes contaminados e obteve homologação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os aparelhos foram encomendados pela Federação das Indústrias daquele Estado que vai distribuí-los às cidades afetadas. A empresa fabricará mais 10 mil equipamentos, que terão valores mais acessíveis do que produtos semelhantes, além de serem mais fáceis de manusear.

Questão de sensibilidade

As Prefeituras de Cachoeirinha e São Leopoldo decidiram publicar decretos por conta própria, ontem, tornando mais brandas as restrições da bandeira vermelha. A Procuradoria-Geral do Estado reagiu, acionando o Ministério Público para que recuem.

Trabalhadores desempregados e empresários quebrados, no desespero, batem na porta de quem?

Livres

Dos 22 municípios da Zona Sul do Estado, os dois menores, Pedras Altas e Arroio do Padre, não tiveram registros da pandemia.

Na ex-Cidade Maravilhosa

O time da malandragem do Rio de Janeiro não perde tempo: a Vigilância Sanitária fechou ontem três tendas clandestinas que ofereciam, sem autorização da prefeitura, testes rápidos de Covid-19. Duas na Barra da Tijuca e uma em Botafogo.

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