Na contramão

O jornal Opção, de Goiânia, no dia 7 deste mês, publicou entrevista em que a médica Ludhmila Abrahão Hajjar, que chegou a ser cotada para assumir o Ministério da Saúde, declarou:

“O Brasil paga preço por fazer tudo errado na pandemia. (…) É lamentável ver governador brigar com o presidente, presidente brigar com governador. Toda esta energia tinha de ser usada no combate à pandemia. Este é o problema. Isto não está sendo feito. No que o povo vai acreditar? Na propaganda da televisão, no que o presidente fala, no que o Ministério da Saúde orienta ou no que o governador fala? O discurso tem de ser um só. (…) Não tivemos uma liderança nas três esferas que pudesse falar a língua do povo, que pudesse organizar a resposta das pessoas e da população.”

Quem é 

A médica cardiologista e intensivista Ludhmila nasceu em Anápolis. Atua em São Paulo como supervisora da Cardio-Oncologia do Instituto do Coração, do Hospital das Clínicas, e coordenadora da Cardiologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. É também professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Tornou-se uma das referências no combate ao Covid-19.

Chance de grande mudança

Depois que mostraram a entrevista ao presidente Jair Bolsonaro, assessores aconselharam a recuar da intenção de tê-la na equipe. Seria admitir erros e seguir uma receita indigesta para o núcleo do poder.

Para onde vamos

Institutos de pesquisa, que se consideram atentos à realidade nacional, poderiam fazer uma pergunta: qual será o limite para o crescimento da dívida pública brasileira? Só a do governo federal ultrapassa 5 trilhões de reais. Público alvo: 50 economistas notáveis e 50 políticos de maior destaque. Depois, com os resultados, ficaria fácil cotejar e concluir sobre os rumos do país.

Persistência

A Auditoria Cidadã da Dívida, associação sem fins lucrativos, está completando 20 anos. Tem 93 entidades apoiadoras e se dedica a examinar o agravamento dos problemas nacionais, dentre os quais o endividamento do setor público.

Será pedir demais?

Daqui um ano, as candidaturas à Presidência da República estarão definidas. O cenário para os governos estaduais da mesma forma. Resta tempo para que os pretendentes aos cargos, mais as direções de seus partidos e assessores, projetem campanhas que se distanciem dos ataques pessoais aos adversários, nem sempre verdadeiros. Será benéfico que substituam a fórmula tradicional e degradante pelo debate de ideias e propostas, desde que as tenham.

Sua Excelência, o preso

Mais um episódio para a série Coisas Nossas, Muito Nossas: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o deputado federal Daniel Silveira, com tornozeleira eletrônica, a participar de sua residência das sessões da Câmara.

Sucessão

A gestão do desembargador André Luiz Planella Villarinho na presidência do Tribunal Regional Eleitoral vai se encerrar em maio.  Ingressou no Ministério Público em dezembro de 1978. Foi nomeado desembargador em julho de 2000. Será substituído pelo desembargador Arminio José Abreu Lima da Rosa, atual vice do Tribunal e corregedor eleitoral.

Batemos recorde

Têm razão os professores de Direito Constitucional que, em aula, afirmam: temos muito mais do que uma Constituição no país, virou uma verdadeira colcha de emendas.

Os números são indesmentíveis: em 32 anos, houve 110 modificações. Pior: muitos ainda querem botar a colher no pirão. Tramitam no Senado e na Câmara dos Deputados 1 mil e 700 propostas de emendas.

Não se pode esquecer

Amanhã, vão se completar 31 anos do maior calote da história brasileira. A 16 de março de 1990, o presidente Fernando Collor, empossado no dia anterior, reteve 80 por cento das aplicações em overnight e limitou em 50 mil cruzados o saque bancário da poupança. A medida fazia parte de um pacote que surpreendeu pela extrema violência. Foi o mais brutal e imprevisto ajuste de liquidez.

Exigiu sacrifícios, provocou perdas irreversíveis e deu nada em troca. Pouco tempo depois, o plano demonstrou de sobra que foi uma aventura irresponsável e fracassada.

Esta nota precisa ser repetida de tempos em tempos.

População paga a conta

Ditado que vem desde os tempos imemoriais: o grande perigo na gestão pública é ter pouco saber e muito poder.

Questão de escolha

Perigosos são os governos que cedem ao fascínio das aberrações em vez de se ajustarem à realidade das soluções de bom senso.

Virada dos ventos

Há uma frase sempre repetida por analistas políticos: a esquerda não precisa de inimigos porque é consumida por divisões internas.

A manifestação do PSol, no final de semana, admitindo apoio à chapa do PT no 1º turno da sucessão presidencial, é sinal de que o conceito pode mudar.

Desinteressados

Consultas às agendas do Senado e da Câmara dos Deputados comprovam: mesmo com todas as promessas feitas, os parlamentares não incluem o debate e a votação sobre o sistema tributário. Os resultados imediatos seriam favorecer a produção e criar empregos.

Incontáveis exemplos

Está comprovado que a Política não pode ser um pêndulo que oscila entre o medo e a astúcia.

Engano

Governos que recolhem quase 40 por cento de tudo quanto os brasileiros produzem não devem ser chamados de neoliberais.

Há 20 anos

A 15 de março de 2001, ocorreram três explosões na P-36, a maior plataforma da Petrobras, fixada na Bacia de Campos. No momento do acidente, 175 pessoas trabalhavam no local. As primeiras informações eram de um morto, um ferido e nove desaparecidos.

Mais 10 anos

O Congresso Nacional se reunirá esta semana para decidir sobre 36 temas. Um deles: o aumento da pena máxima aplicada a condenados de 30 para 40 anos.

Aperto no orçamento

O Supremo Tribunal Federal estabeleceu, sexta-feira, mecanismos para evitar que a União e os demais níveis de governos aumentem os gastos com pessoal. Haverá proibição de realizar concursos públicos (exceto para repor vagas já existentes), criar cargos, empregos ou funções que gerem despesas continuadas de caráter obrigatório.

Declarações que repercutem

Do vice-presidente da República, Hamilton Mourão:

1) “O equilíbrio de Poderes na nossa democracia está rompido. O Judiciário está com um poder acima dos outros dois e, consequentemente, isso leva a uma instabilidade jurídica. Estamos vendo isso acontecer.”

2) “Quanto ao ex-presidente Lula, nem me preocupo. Podem anular o processo, podem mudar o juiz do jogo, mas uma coisa para mim é clara. Foi condenado em três instâncias por corrupção. Isso aí não muda.”

Necessidade

O Senado aprovou, quinta-feira, projeto de lei determinando que a União repasse verbas para a abertura de pelo menos uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher no município mais populoso de cada microrregião do país. Agora, irá à votação na Câmara dos Deputados.

Silêncio é o pior caminho

Na avaliação de economistas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de março deve seguir em patamares elevados, impulsionado por novas pressões dos preços dos combustíveis, influenciados pela alta do petróleo no exterior e pela desvalorização do real. Outros itens como alimentos também vão influenciar. São circunstâncias enfrentadas em anos passados, mas que não prejudicaram tanto os consumidores.

É momento de o governo puxar as orelhas dos que pretendem romper com a estabilidade mantida há 25 anos.

Pergunta-se

A quem interessa o caos no país?

Golpes de vigaristas

Houve tempo em que dever para bancos pertencentes a Estados era um grande negócio. Os cofres se abriam mediante a apresentação pelo interessado de um cartão assinado por político com bala na agulha. Se o funcionário demonstrava alguma hesitação, vinha a célebre pergunta: “O senhor sabe com quem está falando?” Era o golpe final e mágico diante de quem temia perder o emprego.

Causa e consequência

Emprestar aos que não tinham garantias foi um dos motivos que levou os bancos dos Estados à quebradeira. A saída foi privatizar a troco de banana. O Rio Grande do Sul se tornou exceção porque soube conter a fúria destruidora.

Esta nota é publicada para relembrar o que ocorreu em 2001: o poderoso Banco do Estado de São Paulo desapareceu há 20 anos, deixando dívidas em torno de 20 bilhões de reais. Dinheiro que se evaporou, enriquecendo afilhados.

Vêm punições por aí

A denominação é Estratégia Integrada Contra a Fraude ao Auxílio Emergencial. A operação resultou na identificação e no cancelamento de mais de 3 milhões e 800 mil pedidos irregulares para recebimento do auxílio emergencial entre julho de 2020 e fevereiro de 2021. Faltaram requisitos legais aos pretendentes e se acumularam fraudes bancárias. Agora, estão nas mãos de um time que joga no ataque: Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa Econômica Federal, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União.

Divisão do poder

Terminou, sexta-feira, a escolha dos 25 presidentes das comissões permanentes da Câmara dos Deputados. Dois partidos ficaram com maior número. O PSL com as de Constituição e Justiça; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Com o PT: as de Legislação Participativa; de Direitos das Pessoas com Deficiência e de Direitos Humanos e Minorias.

Só falta acelerar

Por enquanto, é a melhor definição para a vacina: pessoal, intransferível e presente único.

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