Não precisa dar muitas voltas

Deputados estaduais pretendem abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os motivos que levaram ao aumento brutal nos preços de equipamentos hospitalares utilizados no combate à Covid-19. O mesmo ocorre com os medicamentos. O melhor caminho é o registro na Delegacia de Polícia mais próxima. Ouvidos os acusados, poderá ser usada a prisão preventiva. Não há outra saída.

Risco da lentidão

A formação, instalação e funcionamento de uma CPI na Assembleia Legislativa demandam tempo. Após os depoimentos, ao longo de semanas, o relator apresenta um documento final para ser entregue ao Ministério Público, que indica uma equipe de análise. Só depois a denúncia chega ao Poder Judiciário. Tempo demasiado para a urgência que a tragédia exige.

Assustador

O Brasil tem 3 por cento da população mundial. Atualmente, acumula 15 por cento dos novos casos da Covid-19, tornando-se epicentro da pandemia.

Mera ficção

Assessores do Palácio do Planalto informaram ontem que o presidente Jair Bolsonaro recebeu, a 26 de fevereiro, carta em que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu a cooperação entre os dois países no combate à pandemia e na área ambiental.

Desconstrói, portanto, o discurso de que a vitória do democrata provocaria o distanciamento entre os dois países.

Recurso desesperado

O prefeito Bruno Covas anunciou, ontem, que a cidade de São Paulo irá antecipar dois feriados municipais deste ano e outros três de 2022 para os dias 26, 29, 30 e 31 de março, e 1º de abril. Somados com o fim de semana e a Páscoa, a capital terá 10 dias seguidos de recesso.

Manobra duvidosa

Nada era tão previsível como o aumento da taxa anual de juros, anunciado no final da tarde de quarta-feira. Para o Banco Central, será uma forma de estancar a inflação, que dispara. Analistas independentes consideram uma decisão precipitada para uma Economia com índices negativos. Frear o aumento dos preços é tarefa árdua do governo. Envolve diálogo e negociações, que não têm ocorrido. Até agora, oportunistas e tubarões navegam livremente.

Domar o tempo

A cada começo de gestão, alguns prefeitos lembram Shakespeare: “O tempo é muito lento para os que esperam, muito longo para os que lamentam, muito curto para os que festejam.”

Lei? Que lei?

A 4 de maio, a Lei de Responsabilidade Fiscal completará 20 anos. Semanas antes de entrar em vigor, foram publicados artigos, editoriais e entrevistas, convergindo em alguns pontos: era o mais novo instrumento proposto pelo governo federal para forçar os Estados e os Municípios a melhorar ou atingir o equilíbrio das suas contas e também melhorar a qualidade dos gastos.

Gastaram palavras, porque a lei é desrespeitada por muitos e o rebuliço continua solto.

Audaciosos e perniciosos

Dificilmente se encontrará em outros países uma lei tão bem elaborada como a de Responsabilidade Fiscal com seus 75 artigos. O poder público foi desleixado em controlar a aplicação, porque feria interesses de gente graúda. Faltou coragem para zelar e atender necessidades da maioria da população. Quando surgem cobranças diárias sobre ausência de segurança, saúde e educação, os que detêm as chaves dos cofres repetem a desculpa: falta dinheiro. Conhecemos a história…

Para onde vai o dinheiro

O placar eletrônico jurometro.com.br atingiu, ontem, 100 bilhões de reais. Valor pago pelo governo federal, desde 1º de janeiro deste ano, para rolar sua dívida. Comparando: a arrecadação de todo o ano do governo do Rio Grande do Sul será de 42 bilhões e 865 milhões de reais. Outro dado: o orçamento do Ministério da Educação para 2021 ficará em 114 bilhões e 900 milhões de reais.

Inadmissível

Este colunista não preconiza o calote no pagamento dos juros, que provocaria um desastre maior com o engessamento das contas do governo. Porém, é preciso conter a escalada do endividamento. As fórmulas são amplamente conhecidas. Falta coragem aos governos.

Corrigindo lacunas

A Prefeitura do Rio de Janeiro passará a exigir que as plataformas de aplicativos paguem uma taxa de utilização da via pública. Será de 1,5 por cento sobre o valor total cobrado dos passageiros no mês anterior. Vai obrigar também que os motoristas contratem seguros contra acidentes.

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