Não tem igual 

Nosso País vive situação única: está mais preocupado com polêmicas do que com o problema trágico. Os vasos governamentais se tornam incomunicantes. Com 3 por cento da população mundial, o Brasil passou a ser  responsável por 17 por cento dos casos novos da Covid-19 e por 18 por cento dos óbitos. A receita para corrigir erros inclui a diminuição das tensões políticas e foco na saúde.

Inutilidade

Em meio à tragédia de contaminados, falta de leitos e mortes, a fumaça da fogueira política provocada pelo governo federal, absolutamente desnecessária, está intoxicando a sociedade.

Deveria se conter

Na campanha eleitoral do próximo ano, o presidente Jair Bolsonaro terá trabalho a mais: explicar os destemperos verbais que dispara durante a pandemia. O leque de oposicionistas armazena tudo.

Voz do povo

A pesquisa What Worries the World, realizada pela Ipsos, empresa independente que tem atividades em 27 nações, perguntou aos entrevistados sobre ações de seus países durante a pandemia. No Brasil, 74 por cento acreditam que está indo no rumo errado, contra 26 por cento no certo.

Avanço

Destaque dos jornais de Roma a 8 de março de 2020: “Após 366 mortes, Itália isola 16 milhões de habitantes.”

Dificuldade a mais

Observação do leitor Éverton F. La Paz: “Se muitos brasileiros não entendem o que significa a expressão ‘fique em casa, quando possível’, imagine-se lockdown.”.

Exemplo de lentidão

A comissão temporária do Senado, que acompanha as questões relacionadas ao coronavírus, reúne-se hoje para apresentação do plano de trabalho. Foi criada a 23 de fevereiro, quando faltavam três dias para se completar um ano do surgimento da primeira vítima da pandemia no país. Antes, funcionou no Congresso um colegiado misto que analisava as medidas do governo. Os resultados, se ocorreram, foram meramente burocráticos.

Há 10 anos

Em 2011, o Programa Conjunto das Nações Unidas apresentou relatório, concluindo que o Brasil era a referência mundial nas ações de combate e tratamento do HIV.

Admitindo as dificuldades

O sopro de lucidez d’além mar precisa chegar ao Brasil: “Nenhuma das negações resolve as esperas infindáveis e o sofrimento dos doentes. Temos de ser mais firmes no que fazemos. Sabemos que o custo de medidas mais duras é inferior ao custo de uma sociedade destruída por uma pandemia.”

Declaração do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reeleito para o cargo no mês passado com 60,7 por cento dos votos.

Acendeu o farol        

O Movimento Brasil Eficiente, em 2011, reuniu economistas e empresários sem vínculo partidário para formular propostas concretas que alcançassem a simplificação fiscal e a gestão eficiente das despesas dos governos.

Descaso

Na apresentação das conclusões, o Movimento resumiu: “O sistema tributário brasileiro é um verdadeiro caos. São mais de 50 tributos que dificultam a vida das empresas e dos cidadãos. E o pior: se não sabemos ao certo quanto gastamos com impostos, como exigir retorno em serviços públicos de qualidade?”

Passados 10 anos, governos e Congresso preferiram deixar a proposta na gaveta. Modificar para melhorar dá muito trabalho.

Proteger e punir

O Senado tem 81 integrantes e 12 são mulheres que passarão a compor uma bancada. A instalação ocorrerá amanhã. A primeira proposta: prisão por até quatro anos pela prática de perseguição obsessiva, em que a vítima é ameaçada psicológica ou fisicamente e tem a liberdade de ir e vir restringida.

É tradição

Quando se ouve falar em neutros no Congresso Nacional, já se sabe: decidiram-se pelo lado mais forte.

Vai subindo

O placar eletrônico impostometro.com.br atingiu, ontem, 500 bilhões de reais. Valor recolhido do bolso de cada brasileiro desde 1º de janeiro deste ano. Resultado das arrecadações de tributos federais, estaduais e municipais. O placar eletrônico é mantido pela Federação das Associações Comerciais de São Paulo e pela Fecomércio do Rio Grande do Sul com supervisão do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação.

Cuidar da destinação de todo o dinheiro é tarefa da qual a sociedade ainda está distante.

Rejeitaram

Os 30 anos do Mercosul, a serem assinalados no dia 26 deste mês, darão chance a comemorações do time que jogou contra, conhecido como Mercocéticos.

Observar e aprender

Países do Mercosul recusaram-se a perceber o que ocorreu no Uruguai: apontado como exemplo mundial na condução de seu sistema educacional durante a pandemia, o país conseguiu fazer com que após apenas três meses fechadas, todas suas escolas voltassem a oferecer aulas presenciais aos alunos, ainda que parcialmente e em esquema de rodízio.

Realidade comprova

O estadista francês Charles De Gaulle não deixava de ter razão: “Promessa de campanha compromete quem as ouve, não só a quem as faz.”

Sobretudo em países subdesenvolvidos em que a conversa pega fácil.

Causa e efeito

Trecho inicial do editorial de ontem do Diário do Comércio, editado em Belo Horizonte:

“Lembra a sabedoria popular ser impossível manter cheia uma caixa d’água em que o cano de saída é de bitola mais larga que o de entrada. Uma imagem para nos fazer lembrar que não se pode sustentar por muito tempo uma casa, uma empresa ou um sistema público em que os gastos são maiores que os ingressos de recursos.”

Não perceberam?

A queda de 4,1 por cento no Produto Interno Bruto, anunciada semana passada, precisa ser entendida como empobrecimento dos brasileiros. Motivo suficiente para governos, parlamentares e setores privados deixarem as picuinhas de lado e projetarem saídas urgentes que reanimem a Economia.

Cofre aberto

A 21 de abril, Brasília vai comemorar 61 anos e a conta ainda não foi paga. Saiu do fundo de reserva do extinto Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários o dinheiro para a construção de 2 mil e 336 apartamentos. Dos Bancários, mais 456 apartamentos de alto padrão, 152 casas, 15 mansões com piscinas e quadras de esportes. Tudo para abrigar as autoridades que se transferiram para a Ilha da Fantasia.

Nunca houve devolução do dinheiro emprestado.

Não há desvios

Em todos os países desenvolvidos, o dinheiro dos fundos de reservas para o pagamento de pensões e aposentadorias é intocável e rigorosamente fiscalizado pelos que contribuem. Há constante cálculo atuarial e seriedade na administração. Os que não agem assim sabem que passarão a ver o sol nascer quadrado numa cela.

Compartilhe essa notícia: