O que falta
Há muitos anos, governos falam no ajuste fiscal. Já passou da hora de enfrentarem os problemas, buscando soluções definitivas que estão disponíveis. Ao mesmo tempo, esquecem o ajuste do setor produtivo, capaz de dar condições à iniciativa privada para que crie empregos, pague impostos justos e faça girar a roda do desenvolvimento. Começa pela modernização do sistema tributário.
Para manter distância
Alunos das Faculdades de Economia, que depois assumem cargos em governos, têm aulas sobre os ingredientes corrosivos para qualquer país: inflação calculada a cada dia e superior a 30 por cento ao mês, desorganização dos preços relativos e queda do nível da produção. Aprendem também as receitas para evitar o pior. Não é por falta de conhecimento que deixam gestões entornarem.
Causa e consequência
A Gazeta do Povo, de Curitiba, publicou ontem:
“A ‘briga’ pelo pagamento de tributos no Brasil já responde por, pelo menos, o equivalente a 75 por cento do Produto Interno Brasileiro, segundo cálculos do Núcleo de Estudos da Tributação do Insper, Instituto de Ensino Superior. Em 2019, contribuintes e os entes da federação disputavam, nas esferas administrativa e judicial, o destino de pelo menos 5 trilhões e 440 bilhões de reais. Mais da metade desse valor se refere a tributos federais.”
Mesmo assim, há 30 anos governo e Congresso empurram a reforma tributária com a barriga.
Na gangorra
Faltam 29 dias para que o Comitê de Política Monetária do Banco Central realize a segunda reunião do ano. Tempo para avaliar se a taxa de juros se manterá nos 2 por cento, estabelecida em agosto de 2020, ou vai aumentar de 0,25 por cento. Caso a Economia mostre algum aquecimento, a elevação será inevitável.
Tristeza
O Banco Mundial estima que o impacto negativo da pandemia fará a extrema pobreza avançar pela primeira vez em mais de duas décadas. Há projeção de que 150 milhões de pessoas possam cair a esse nível em 2021.
Correndo atrás
O Postalis, Instituto de Previdência Complementar, foi criado em 1981 para garantir benefícios adicionais aos empregados dos Correios. Enfrenta agora uma batalha judicial para receber 8 bilhões de reais que desapareceram. Prejuízo provocado por uma gerenciadora de fundos de investimentos.
Já foi melhor
O consumo de carne na outrora rica Argentina é o menor em 100 anos. A queda tem a ver com mudanças de hábitos alimentares, mas pesa muito mais o preço que subiu 74 por cento em 2020, o dobro da inflação.
Esperança
Sem o Carnaval, Salvador deixará de faturar 1 bilhão e 800 milhões de reais. Em anos anteriores, recebia 800 mil visitantes. A decisão da Prefeitura: se a pandemia estiver superada entre setembro e outubro, a chave da cidade será entre a Rei Momo e haverá festa.
Quando havia criatividade
A coluna cita marchinhas de Carnaval de todos os tempos e homenageia os compositores:
Ó Abre Alas, 1899 (Chiquinha Gonzaga); Mamãe Eu Quero, 1937 (Vicente Paiva Ribeiro e José Luiz Calazans); Yes, Nós Temos Banana, 1938 (João de Barro e Alberto Ribeiro); Allah-Lá Ô, 1939 (Haroldo Lobo e Antônio Nássara); Chiquita Bacana, 1949 (João de Barro e Alberto Ribeiro); Cachaça Não é Água, 1953 (Marinósio Trigueiro Filho); Turma do Funil, 1956 (Mirabeau, Milton de Oliveira e Urgel de Castro) e Me Dá Um Dinheiro Aí, 1959 (irmãos Homero, Glauco e Ivan Ferreira).
Teremos de esperar
“No Brasil, trio elétrico não dá choque, só alegria.” Uma das frases preferidas de Saulo Ramos, ministro da Justiça durante a gestão Sarney. Teremos a confirmação no Carnaval de 2022.