O vento virou

O dia de sol com pouca nebulosidade e temperatura amena, ontem, não abrangeu toda a cidade de Brasília. No Palácio do Planalto, estendendo-se ao eixo dos ministérios, passou um vendaval. A troca de seis ministros evidencia a intenção de um novo horizonte. Faltando um ano para o começo da campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro busca equilibrar o barco que enfrentará as fortes tempestades.

Trilha de competência

Bolsonaro vai nomear o ministro das Relações Exteriores número 130. Na galeria dos que ocuparam o cargo, constam José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco), Otávio Mangabeira, Afrânio de Melo Franco, Osvaldo Aranha, João Neves da Fontoura, Raul Fernandes, Vicente Rao, Horácio Lafer, Olavo Setubal, Celso Lafer e Fernando Henrique Cardoso.

Imaginou estar num ringue

Todos os ex-ministros das Relações Exteriores enfrentaram circunstâncias difíceis em tempos de guerra e paz. Deixaram exemplos de equilíbrio, serenidade e capacidade para enfrentar adversários. Ernesto Araújo não assimilou o que deveria ter sido um aprendizado. Caiu nas provocações, brigando muito. Semana passada, o atrito foi com senadores. Pior: errou nas negociações com a China para obtenção das vacinas.

À espera de respostas

Há muitas categorias que se expõem diariamente ao risco de contaminação. Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, resume o drama:

“Ficar em casa! Isso pode ser parcialmente válido para as classes A, B, e parte da C. Para que elas possam ficar em casa, no entanto, dependem de que outros trabalhem para tornar isso viável. Ficar em casa, para aqueles que têm casa adequada, é possível. Com o celular na mão, podem fazer compras no supermercado e na farmácia e até variar o cardápio do dia. Mesmo sendo viável, dez dias seguidos parece exagero, e se tornar cansativo. Mas, e os que não têm condições para ficar em casa?”

Deu no site

Assembleias Legislativas de nove Estados já instalaram CPIs da Pandemia. Nenhuma levará menos do que seis meses para chegar a conclusões. Só depois o relatório final será enviado ao Ministério Público. O colunista insiste: fica mais fácil e rápido ir à Delegacia de Polícia e indicar os suspeitos.

Pensam duas vezes

Senado e Câmara dos Deputados avaliam se vale abrir a CPI da Pandemia. Sabem que a lentidão vai se tornar o principal obstáculo, capaz de provocar fortes desgastes.

Há 35 anos

A 30 de março de 1986, um mês após o lançamento do Plano Cruzado, a Superintendência Nacional de Abastecimento divulgou a relação de 500 marcas e tipos de produtos com preços congelados. Era a fórmula desesperada para conter a disparada da inflação que, em janeiro, tinha atingido 14 por cento. O governo afirmou que tinha leis em número suficiente para mandar à cadeia todos os desobedecessem. Não passou de conversa fiada.

Motivos

Para o governo Figueiredo, a inflação era provocada pelos atravessadores; na gestão Sarney, a culpa recaiu sobre donos de supermercados; no curto período de Collor, foi a vez dos especuladores.

O Plano Real tomou outro rumo, abandonando  choque e pacotes. O anúncio ocorreu com meses de antecedência, tendo as principais medidas sido aprovadas no Congresso.

A abordagem cabe agora, momento em que a inflação começa a despertar, ameaçando a estabilidade.

A dois centímetros do coração

O dia 30 de março de 1981 entrou na história dos Estados Unidos: o presidente Ronald Reagan sofreu atentado, quando deixava o Hotel Hilton, no centro de Washington. Uma bala se alojou no pulmão esquerdo, a dois centímetros do coração. Levado ao hospital, foi submetido a duas cirurgias.

Imagens diretas

O autor do atentado contra Reagan foi John Warnock Hinckley, de 22 anos, estudante da Universidade Estadual do Colorado. Toda a cena foi transmitida ao vivo pela TV ABC.

Hinckley disse ter realizado o atentado para impressionar a atriz Jodie Foster, pela qual tinha grande obsessão. Constatado o distúrbio mental, foi mantido sob vigilância médica em um hospital psiquiátrico até 2016, quando passou a ser cuidado por sua mãe em casa.

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