Puxão de orelhas
“Um poder que não se assume não é poder. Que assuma. Estou pedindo ao Congresso que assuma a responsabilidade histórica de ajudar o Brasil a dar um salto.” Foi a declaração de Fernando Henrique Cardoso a 15 de abril de 1995, três meses e meio após ter chegado à Presidência da República. Percebeu logo que precisava tomar uma atitude forte para que as reformas andassem.
Não adiantou.
Não sabem avaliar consequências
Políticos que promovem turbulências fora de hora precisam ler a notícia, porque são os culpados em grande parte: pelo quarto mês consecutivo, a confiança do empresariado apresenta queda, segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial. De acordo com o levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria, foi registrada queda de 0,7 ponto no índice relativo a abril de 2021, em comparação com março.
Onde está a verdade?
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta estará na lista de convocados para depor na CPI da Pandemia. Parlamentares da oposição perguntarão se é verdade que o governo federal deu um “chá de cadeira” nos diretores do Laboratório Pfizer em agosto do ano passado. Eles teriam esperado para falar com o presidente e não conseguiram. Responsáveis pela agenda do Palácio do Planalto negam.
Risco da aglomeração
O Senado montará uma superestrutura para conferir as condições de saúde dos que comparecerão à CPI. Começará pela apresentação da prova de vacinação. Haverá interrogatórios, inquirição de testemunhas incomunicáveis, reuniões e exames de documentos sigilosos e perícias. Indesejável é que alguém se contamine em uma das salas fechadas. Se ocorrer, vai virar notícia de muita repercussão.
Pouca valorização da vida
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou ontem que há “muita resistência por parte de parlamentares da Casa ao projeto que visa a flexibilização da compra de vacinas contra a Covid-19 por empresas privadas”. É o time do quanto pior, melhor. Está sempre fardado para entrar em campo.
Fuga trágica
Não tomar a segunda dose da vacina é um erro que contribuirá para a permanência da circulação e mutação do coronavírus. Basta lembrar que a varíola matou 300 milhões de pessoas no século passado em todo mundo e só foi erradicada na década de 1980, graças à imunização.
Dever de preservar
Hoje é o Dia da Conservação do Solo, que se encontra no centro dos principais desafios do planeta: a produção de alimentos, de fibras e de bioenergia, além dos serviços ambientais. Tem ainda, papel fundamental na mitigação de efeitos de mudanças climáticas, na manutenção e qualidade dos mananciais e na sustentação da biodiversidade.
Chover no molhado
Também está sendo assinalado hoje o Dia Internacional do Desarmamento Infantil. Tem por objetivo mostrar as consequências nefastas que o incentivo ao uso de armas de fogo por crianças provocam quando se tornam adultos. Não haverá solução enquanto pais continuarem permitindo que seus filhos passem horas por dia assistindo filmes de violência e praticando jogos com o mesmo conteúdo nas chamadas babás eletrônicas.
Resultado trágico
Como a esperança é a última que morre, vale lembrar a frase do escritor Graham Greene: “Há sempre um momento em que uma porta se abre e deixa entrar o futuro.” Que ele venha com uma geração menos afeita a distorções. Atualmente, tanto se acostuma com o ato de matar e morrer, que vira uma banalidade. Ao chegar à fase adulta, não sabe distinguir a ficção da realidade.