Tela do computador aceita tudo
Prefeitos têm mais dois dias para concluir relatórios de suas gestões. A maioria adora ficções.
Dá uma euforia
A partir da próxima semana, os novos prefeitos serão acometidos por uma doença caracterizada pela elevação súbita da temperatura do corpo. Seu nome: febre de obras.
Cinto aperta
Em 2000, a Secretaria do Tesouro Nacional informou que 16 Estados superaram o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal para despesas com pessoal. A lei diz que os estados não podem gastar mais de 60 por cento da receita corrente líquida com pagamentos a servidores, incluindo os da ativa e os aposentados.
Em 2018, o número caiu para 12 Estados e, em 2019, veio para nove. A expectativa é sobre os dados deste ano. O Rio Grande do Sul integra a lista há 20 anos.
Projetando 2022
Situação cômoda é a de políticos que acenam para todos os lados: de Ciro Gomes a Bolsonaro, passando por João Dória e Luciano Huck. Equiparam-se a ventoinhas de aeroporto, que não param de girar.
Outro efeito da tragédia
A Organização Mundial do Turismo, órgão das Nações Unidas, estima que 2020 retomou os patamares dos anos 1990 em volume de negócios, com quedas entre 70 e 75 por cento nas chegadas internacionais e perdas de 1 trilhão e 100 bilhões de dólares em renda relacionada ao setor.
Quando o Executivo legisla
A Câmara dos Deputados aprovou, este ano, número recorde de medidas provisórias: 53. Em 2019, foram 23 e, em 2018, chegaram a 30.
Sopro de otimismo
A indústria brasileira espera que 2021 se torne o melhor dos últimos anos. Resultado de levantamento do Índice de Confiança da Indústria, divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.
A torcida para que se confirme nunca foi tão grande.
A verdade às vezes incomoda
A jornalista Zhang Zhan, que acompanhou e divulgou a epidemia de Covid-19 em Wuhan, foi condenada segunda-feira a quatro anos de prisão. Para justificar a pena, o governo chinês insistiu no sucesso de sua gestão para combater a doença que se propagou por todo planeta.
Custo brutal
Trecho inicial do editorial de O Tempo, publicado ontem:
“Não se passa nove meses longe das salas de aula sem sequelas, e uma das mais cruéis atinge crianças de 5 a 7 anos que estão se esquecendo dos números e até de como escrever o próprio nome, como relata matéria publicada segunda-feira por este jornal. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que, no auge da pandemia, em abril, 1 bilhão e 500 milhões de estudantes em todo o mundo tenham ficado sem aulas.”
O que via
O jornalista Aparício Torelly, nascido em Rio Grande, e que viveu de 1895 a 1971, tornou-se pioneiro no humorismo político brasileiro. Conhecido como Barão de Itararé, fez carreira exitosa no Centro do País. Uma de suas frases famosas foi publicada em 1949, no Almanaque A Manha, para indicar turbulência: “Há qualquer coisa no ar além dos aviões de carreira.”
Em excesso
O diagnóstico do Barão se confirma mais uma vez: de acordo com o Fórum Econômico Mundial, existem cerca de 6 mil satélites artificiais circulando em torno da Terra, usados para comunicação, televisão, navegação e previsão do tempo. Porém, cerca de 60 por cento estão extintos, formando o lixo espacial.
Mestre da ironia
Em 1947, o Barão de Itararé elegeu-se vereador no Rio de Janeiro. O slogan de sua campanha: “Mais leite. Mais água. Mas menos água no leite.”
Os eleitores entenderam e apoiaram.
Aposta
A cada novo ano, surge a expectativa de que vai se enfraquecer a rede de laços de dependência baseados no favor, no clientelismo, na proteção cartorial, no tráfico de influência e na corrupção.
Desvios e incompetência
A 30 de dezembro de 1994, o Banco Central interveio nos Bancos dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Eram as maiores instituições financeiras estaduais e acumulavam rombo de 6 bilhões e 515 milhões de reais. O prazo de vigência era de um ano e com a possibilidade de suspensão da medida se ocorresse o saneamento. Sem atingir a meta, passaram à iniciativa privada.