Uma pedra no meio do caminho

A 22 de outubro de 1996, a votação da reforma administrativa foi adiada por tempo indeterminado. Motivo: a base aliada do governo no Congresso precisaria encontrar uma saída favorável para 141 parlamentares que acumulavam aposentadorias e salários pagos pelos cofres públicos.

O projeto não andou mais.

Quase nada mudou

Agora, a reforma administrativa volta à pauta. Não quer dizer que os obstáculos surgidos há 24 anos tenham sido afastados. Parlamentares que deveriam se dedicar a questões de interesse coletivo ficam quase sempre olhando para o próprio umbigo. Dão exemplos de desavergonhado empenho em questões nas quais buscam levar vantagens.

Novo momento

A retomada da circulação entre as fronteiras do Rio Grande do Sul, fechadas desde março, demonstra mais uma vez equilíbrio do governador Eduardo Leite e da Assembleia Legislativa, representada pelo presidente da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais, deputado Frederico Antunes. A reunião de ontem, por videoconferência, contou com as participações dos embaixadores do Uruguai e da Argentina no Brasil.

Vapt-vupt

Em outubro de 1997, as companhias de distribuição de energia elétrica do Norte-Nordeste e do Centro-Oeste foram privatizadas pelo governo do Rio Grande do Sul. Houve ágios de 82,62 e 93,55 por cento. As vendas renderam 3 bilhões e 145 milhões de reais. Ficaram assinalados como os dois maiores negócios realizados pela Bolsa de Valores do Extremo Sul em 66 anos.

Deve, não nega…

O levantamento recente das condições da CEEE, que está por ser privatizada, mostra que a estatal deixou de pagar quase 3 bilhões de reais em ICMS. Soma que vem de muitos anos. Na negociação, o comprador não assumirá o débito, que entrará na conta de mais uma grande perda para o Estado.

Parem de cobrar

O valor que a CEEE deixou de pagar à Secretaria da Fazenda foi utilizado para cobrir suas despesas, comprovando a difícil situação financeira. Por isso, haveria justiça se, na cobrança mensal de energia elétrica que os usuários recebem, não fossem mais incluídos os 30 por cento de ICMS.

Marca do pênalti

Ter comprado 200 respiradores artificiais da China, pagos de forma antecipada mas nunca entregues, além da contratação de um hospital de campanha e falta de procedimentos administrativos contra secretários envolvidos nas denúncias. As três circunstâncias deixaram o governador Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, na zona do perigo. Por 36 votos a favor e dois contra, a Assembleia Legislativa aprovou, terça-feira, o pedido de impeachment.

Volta atrás

O Ministério da Saúde revela sintoma de desentendimento: declarou que “não há intenção de compra de vacinas chinesas”, um dia após anunciar a negociação.

Irresponsáveis

Todos os anos, no período de veraneio, a Vigilância Sanitária tem trabalho triplicado. Comerciantes inescrupulosos vendem alimentos fora das condições de refrigeração, data de validade vencida e armazenamento dos produtos em locais inadequados. O Ministério Público e a Brigada Militar acompanham a fiscalização, porque muitos dos flagrados tentam reagir.

Transtorno

A consequência da irresponsabilidade: quem vai para descansar acaba nos postos de saúde para tratamento. Está comprovado que não basta emitir a multa. É preciso mais. Fechar as lojas e fazer os comerciantes conhecerem as agruras de uma prisão são alternativas. Falta aplicar.

Número assustador

Agora, a Prefeitura de Xangri-Lá, no Litoral Norte,  investiga as causas de mais um surto de intoxicação alimentar. Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde mostra que 141 pessoas procuraram atendimento médico nos últimos cinco dias com sintomas como diarreia e vômito.

Não dá para baixar a guarda

A principal hipótese é de que a origem do surto esteja em uma bactéria consumida em picolés vendidos por ambulantes. O nome do fornecedor ainda não foi divulgado.

Fiscalizar é tarefa do Estado. A outra cabe aos consumidores. Aproveitar as delícias das praias não pode significar certa desatenção.

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