Violência
Seguranças despreparados do Carrefour de Porto Alegre agiram com a mesma selvageria e bestialidade da polícia norte-americana. Ofendem, destratam, hostilizam, espancam e matam. São valentes contra cidadãos negros e indefesos. O assassinato de João Alberto Freitas não ficará impune.
Denunciou
Na noite de 11 de julho de 1950, em sua estreia no Teatro Municipal de São Paulo, a dançarina e coreógrafa norte-americana Katherine Dunham denunciou aos repórteres: dias antes, o gerente do Hotel Esplanada, cinco estrelas, recusou-se a hospedá-la ao ver que era uma “mulher de cor”.
Surgiu uma lei
Katherine era também antropóloga, ativista social e orgulhosa de sua etnia. A declaração caiu como uma bomba. Uma semana depois, o deputado federal Afonso Arinos, da União Democrática Nacional, protocolou projeto para penalizar atos de preconceito de raça ou cor, enquadrando-os como contravenção. Tornou-se lei em 1951.
Longo caminho
Em 1946, o movimento negro levou à Assembleia Nacional Constituinte um artigo que proibia o preconceito. Após muitos debates, foi rejeitado.
Só na Constituição de 1988, o racismo passou a ser crime inafiançável.
Por mais uma semana
Candidatos e assessores manterão cuidados para evitar vazamentos, prevalecendo a definição sobre o telefone: uma maravilha criada por Graham Bell para a gente não falar.
No escuro não dá
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, cobrou ações efetivas para socorrer as famílias atingidas pelo apagão e disse que “os culpados terão que aparecer.”
Agora não dá. Só quando a luz voltar.
Sem saída
Há alguns anos, prefeituras promoviam a suspensão de atividades. Era uma espécie de greve para protestar contra a redução ou falta de repasses da União. Hoje, sabem que não adianta. O dinheiro anda tão escasso em Brasília que só resta forçar medidas de austeridade nos municípios.
Dois lados
Aumentar tributos é fácil. Basta aos deputados e aos vereadores apertarem os botões do placar eletrônico nos plenários. Diminuir gastos ou reestruturar é tarefa árdua e evitada.
Desvio correto
Em janeiro deste ano, o governo brasileiro tinha reservado 616 milhões de reais para repassar à Organização das Nações Unidas. Com a pandemia, houve acordo na Câmara dos Deputados que destinou o valor ao Ministério do Desenvolvimento Regional. A ONU, tradicional cabide de empregos, terá de esperar um pouco mais.
Governo enxugou
O presidente Castelo Branco, a 23 de novembro de 1965, assinou o Ato Complementar 4, descrevendo o pré-requisito para criação de partidos: ter 20 senadores e 120 deputados federais. Surgiram a Aliança Renovadora Nacional, de apoio ao governo, e o Movimento Democrático Brasileiro, de oposição.
Extinção forçada
O Ato Institucional 2, de 27 de outubro de 1965, extinguiu 13 partidos entre os quais o Social Democrático, Trabalhista Brasileiro, Social Progressista Socialista Brasileiro e a União Democrática Nacional.
Turbulência há 65 anos
Por 178 votos contra 91, a Câmara dos Deputados , a 23 de novembro de 1955 aprovou o estado de sítio em todo o país. No dia seguinte, o Senado confirmou com 35 votos favoráveis e 16 contrários. Foi em meio à crise político-institucional que culminou com a deposição de Carlos Luz e a substituição por Nereu Ramos na Presidência da República. O ponto inicial foi o pedido de afastamento do presidente Café Filho, a 8 de novembro, alegando questões de saúde.
Retrato
Os déficits orçamentários de 2021 em vários estados e municípios comprovam que os sistemas de poder se deixaram dominar, ao longo de anos, pela irresponsabilidade de governantes.
Prato indigesto
Ruim nos legislativos é quando a oposição vira só birra e não contribui para melhorar nada. Torna-se um guisado de receita banal.
Fica tudo explicado
O Brasil está na posição 124 entre 190 países em pesquisa realizada pelo Banco Mundial sobre o item facilidade de realização de negócios. Ficou atrás de Senegal, Zâmbia e México. Uma das razões para colocação tão baixa é a burocracia envolvendo impostos.
Febre vai baixar
Repórteres que acompanham há anos o Supremo Tribunal Federal preveem: em 2021, os ministros retomarão a saudável tradição de serenidade e equidistância.
Em família
João Campos, do PSB, e Marília Arraes, do PT, são primos e concorrem no 2º turno à Prefeitura de Recife.
Análise segue válida
Este colunista guarda entre seus recortes análise da Folha de São Paulo, feita em novembro de 1992:
“A proposta que o governo enviou ao Congresso está longe de indicar uma disposição simplificadora do confuso sistema tributário nacional. Causa desalento constatar que o desfecho da discussão sobre o tema no Congresso ameaça redundar num remendo fiscal ainda menos abrangente do que a proposta apresentada pelo Executivo, embora igualmente inepta e indesejável.”
Passados 28 anos, não há necessidade de mudar uma vírgula para republicação.
Manobras
O que atrapalha o Brasil é o câmbio. Às vezes, governantes engatam a ré.
Cenário confuso
No Brasil e no mundo, ainda não há respostas para milhões de jovens que desejam entender como será o mercado de trabalho, diante de tantas mudanças determinadas pela pandemia.
Simples e eficiente
O que diz a comunidade científica: por enquanto, a melhor vacina disponível para frear a pandemia é o uso de equipamento individual de proteção.