O parágrafo 4º do artigo 36 da Lei Eleitoral, de 1997, estabelece: “Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário deverão constar, também, os nomes dos candidatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% do nome do titular.”

Parece evidente a intenção de escondê-los por motivos variados.

       De um extremo a outro

       O PSDB, desde a  campanha de 2006, preconizou que iria reduzir muito o número de ministérios. Este ano, foi o partido que diminuiu no cenário da sucessão presidencial.

Lados da moeda

A cada dois anos, quando ocorrem eleições, muitos constatam que há dois países em um mesmo território: o Brasil imaginado pelos que pagam impostos e o Brasil que recebem.

É assim

Quando campanhas eleitorais não tratam do futuro, tornam-se omeletes de recordações.

Sinal dos tempos

Algumas faculdades de Direito no país passarão a incluir no currículo a atualíssima cadeira de Filigranas Jurídicas.

Bastidores

Na Semana da Pátria de 2002, José Sarney publicou artigo em jornais com o título O Fico e o Grito. Trecho final: “Essa briga não terminou. Chega até aos historiadores, que se dividem. Quem fez a Independência? Gonçalves Ledo ou José Bonifácio? É hora de invocar Joaquim Nabuco: ‘Sem exaltados não se fazem revoluções, mas com eles é impossível governar.” Batista Pereira, genro de Ruy Barbosa, ao tratar dessa realidade, respondeu: ‘Nem Leal nem Bonifácio. A grande figura foi Dom Pedro I. Iniciou o jeitinho brasileiro de composição. Levou no fico e no grito.”

O que pesa

Ciro Gomes bate na mesma tecla: os dois candidatos que lideram as pesquisas têm, rigorosamente, a mesma proposta para os rumos da Economia. A provocação não repercute. Superávit primário, câmbio flutuante, redução da dívida pública, autofinanciamento, capital financeiro, dumping, oligopólio e truste não entram no dicionário das campanhas. Aos eleitores, interessam os preços dos alimentos e dos combustíveis.

Falar e fazer

O jornal O Estado de São Paulo publicou ontem: “Apesar de fazerem oposição a Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral, as presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) demonstraram ter proximidade com as pautas que o presidente levou ao Senado nos últimos quatro anos. Segundo plataforma desenvolvida pelo portal Congresso em Foco, que mede o nível de adesão dos parlamentares ao governo segundo o interesse do Palácio do Planalto nas votações, Thronicke esteve mais alinhada a Bolsonaro do que Tebet. Ela votou com o governo em 89% de 374 votações. A candidata do MDB não ficou muito atrás e se alinhou a Bolsonaro em 85% das votações. Ambas estão acima da média de adesão do conjunto dos senadores, que é de 82%.

Fulminante

Osíris de Azevedo Lopes Filho foi secretário da Receita Federal no governo Itamar Franco e crítico como poucos. Trecho de artigo que publicou em 2006: “A cupidez arrecadatória, não resistida adequadamente pela sociedade civil organizada, permite que energúmenos ensandecidos dirijam a política tributária e tenta implantar um modelo tributário selvagem, alheio à Constituição.”

Eco garantido

Quando ressurge o movimento para que o programa de rádio A Voz do Brasil deixe de ser obrigatório, protestos dos deputados federais ecoam no plenário. O motivo está no relatório que a Câmara divulgou: de 2 de fevereiro a 31 de agosto deste ano, 3.021 parlamentares tiveram seus pronunciamentos reproduzidos no programa.

Como anda a imagem

Em roda de empreendedores, ontem, foi lembrada a frase utilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral há alguns anos: os candidatos eleitos e empossados serão empregados da população.

Um deles avaliou de forma humorada: “Eu fecharia minha empresa antes que quebrasse.”

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