Por Thiago Suman
A sensação de se ter respostas é pacificadora, acalenta o espírito e afiança uma espécie de futuro seguro. Porém, filosoficamente falando, é a busca pela pergunta que mais importa e apazigua, é esse estado de permanente investigação e a reflexão que desenvolvem individual e coletivamente os processos norteadores que compassam o desenvolvimento humano. É assim desde o começo da preocupação antropológica do pensamento ocidental, com o filósofo grego Sócrates, provocando seus interlocutores com a dialética, anexando como única assertiva da vida que a ignorância é a base do saber. Com isso, tem-se a semente mais capaz de vingar enquanto frutos de conhecimento. É se permitindo compreender-se como ignorante em um tema, que o sujeito pensante conseguirá deflagrar entendimentos e concepções além dos pré-conceitos e predefinições pobres estabelecidas sobre o assunto.
Em tempos rotos, de pouca reflexão, de muitas “meias certezas”, algumas avulsas e inertes, de mentiras rasas que se vendem como absolutas verdades e pouco desenvolvimento intelectual, usarei esse espaço de coluna para fortalecermos conjuntamente alguns pontos de partida para debates e análises que vão desde nossas preocupações regionais até as inquietações sobre o futuro do Brasil e do mundo.
Como:
- Eduardo Leite conseguirá conciliar seus projetos pessoais com uma governança necessariamente comprometida de fim de mandato? Ou sonhará com Brasília a ponto de deixar o RS dormindo com os pés de fora?
- O Brasil está preparado para a polarização mais ferrenha da sua história, algo que fará do próximo pleito presidenciável uma cisão profunda nas relações político-sociais do país?
- O eleitor brasileiro acredita em uma terceira via moderada, independente do personagem disponível? Se espera por um salvador da pátria ainda desconhecido ou apenas está se aguardando pelo combate bipolar?
- O mercado financeiro está inclinado à qual caminho para 2022?
- Que saldo sobrará da CPI do Covid?
- Qual o espólio da guerra entre o Judiciário e o Executivo ao fim deste embate?
- Se nenhuma reforma política efetivamente ocorreu em governos liberais moderados, governos progressistas e nem na gestão Bolsonaro, o Brasil pode encampar essa expectativa para algum dia?
- Esquerda e Direita, Progressistas e Conservadores, Comunistas e Liberais, isso ainda corresponde à balança política da sociedade atual?
- A crise no Afeganistão pode deflagrar uma queda de braço declarada entre EUA e China. Seria uma nova roupagem da guerra fria posicionando a China na vaga da extinta URSS? E o Brasil se impacta de alguma maneira dessa rinha de gigantes?
- Para finalizarmos, deixarei uma pergunta mais profunda, que pode conduzir você, caro leitor, cara leitora, a uma reflexão, se é você apenas uma peça no tabuleiro das bipolaridades exacerbadas ou se sua consciência política é capaz de chegar a conclusões honestas de raciocínio: Quais valores você considera que o lado oposto do seu pensamento político são justificáveis, saudáveis, aplicáveis e corretos?
Refletir é preciso!