Vira mera rotina

Como em anos anteriores, sem muitas discussões e aprofundamentos, a Comissão Mista do Congresso aprovou, quarta-feira, o relatório de receitas ao projeto de Orçamento da União para 2023.

A estimativa de arrecadação com impostos é de R$ 2 trilhões e 300 bilhões, com queda de R$ 50,9 bilhões em relação ao valor previsto para 2022. O Imposto de Receita será a maior fonte: R$ 674 bilhões e 700 milhões.

Distantes

Durante a elaboração do Orçamento, que ocorreu ao longo deste ano, pouca participação de parlamentares e nenhuma da sociedade, que sustenta a conta.

Ficará no desejo

A senadora Simone Tebet sonha em assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, cujas asas abrigarão o Programa Bolsa Família. Líderes do PT querem retribuir o apoio no 2º turno, mas com outro cargo de menos peso e visibilidade.

Prática e habilidade

Geraldo Alckmin é o mais forte candidato ao título de Equilibrista do Ano. O ex-tucano, com pleno aval de Luiz Inácio Lula da Silva, vai regendo a orquestra da transição sem que os integrantes desafinem. Há uma certeza entre os repórteres em Brasília: Alckmin não será uma figura decorativa. Ainda que a direção do PT torça o nariz, a tendência é de que ele seja o porta-voz do governo.

 Que rumo tomarão?

 Na Comissão de Agricultura do Senado, ocorre forte debate sobre o projeto de lei 1.459/2022, que flexibiliza as regras de aprovação e comercialização de agrotóxicos. Inclui pesquisa, experimentação, produção, importação, exportação, embalagens e  fiscalização dos produtos. De um lado estão os que querem ver o agronegócio andar. De outro, os defensores da preservação ambiental e da vigilância sanitária.

 Sim e não

Aplausos: programa de concessão de crédito bancário a pessoas físicas e jurídicas para recuperar a cobertura florestal em áreas da Mata Atlântica foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.

Vaias: projeto, que aumenta o volume de madeira que pode ser explorada em pequenas propriedades rurais e permite o transporte do artigo sem necessidade de comunicação aos órgãos ambientais, recebeu aval da Comissão de Meio Ambiente do Senado.

Dois fatos desta semana que contrastam.

 

Crise mora ao lado

Texto de Mariana Braga na Gazeta do Povo, de Curitiba, ontem:

“O Brasil não precisa olhar muito longe para aprender como a irresponsabilidade fiscal pode despedaçar a economia de um país. A inflação na Argentina beira os 100% e o peronismo, com seu desinteresse pela redução do déficit fiscal, é um dos principais fatores que a levaram a esse cenário caótico.”

Na armadilha

Seguiu Mariana: “O país hoje comandado pelo peronista Alberto Fernández imprime dinheiro descontroladamente, gasta mais do que arrecada e ainda toma emprestado em dólar – precisa, portanto, devolver em dólar. Isso se torna quase um círculo vicioso, no qual as desvalorizações cambiais tornam as dívidas impagáveis.”

Tentam outra saída

Os jornais de Buenos Aires anunciam estudos para o congelamento de preços como solução  para o problema da inflação, que penaliza a população. Trata-se de fórmula antiga e fracassada.

Há 23 anos

A 22 de novembro de 1999, o menino Elián González, sua mãe e mais 12 pessoas entraram num barco de cinco metros para arriscada travessia de 145 milhas de Cuba aos Estados Unidos. Com as ondas, foram jogados no mar. A mãe morreu e o menino ficou sozinho por dois dias boiando numa câmera de pneu. Foi visto ao amanhecer do dia 25 por dois rapazes que passeavam de lancha no litoral de Fort Lauderdale. Consciente e sem queimaduras solares, foi resgatado pela Guarda Costeira norte-americana.

A aventura comoveu o mundo.

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