Nesta quarta-feira (22) policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) desencadearam a Operação Mercado, que investiga um possível esquema de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas, em um mercado no bairro Arroio da Manteiga, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. O estabelecimento mantinha relações com outros indivíduos e empresas em São Paulo, também suspeitos por lavagem de dinheiro, usufruindo de créditos na casa dos R$128 milhões. Ao menos oito pessoas são investigadas aqui no estado.
A ação contou com 41 agentes da Polícia Civil, divididos em 20 viaturas, somados a seis peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), cumprindo mandados de busca e apreensão em Novo Hamburgo, Canoas e Uruguaiana, além de São Leopoldo. Também foram bloqueadas 11 contas que juntas ultrapassam R$ 168 milhões.
Conforme o delegado Ayrton Martins Figueiredo, titular da Draco em São Leopoldo, foi apurado que traficantes do interior do estado realizavam remessas de dinheiro ao supermercado no Vale do Sinos, que por sua vez fazia a ponte com os criminosos paulistas. Os recursos não eram incompatíveis com o patrimônio, as atividades econômicas, a ocupação profissional e com as capacidades financeiras dos investigados.
Durante a investigação, um homem foi preso em flagrante por posse ilegal de armas. Na residência dele, os policiais localizaram quatro revólveres calibre 38 e duas pistolas calibre 9 milímetros, de uso restrito, além de munições e R$ 25 mil em dinheiro.
O grupo também efetuou transações financeiras criptografadas destinadas a bancos do exterior, com contas de passagem e gastos excessivos via cartões de crédito. Além de diversos depósitos em dinheiro não identificados, operações no mercado Imobiliário, também foi constatado uso de laranjas em movimentações financeiras.
Entre 2018 e 2021, os criminosos movimentaram aproximadamente R$ 500 milhões. As buscas apontam que as transações são o elo financeiro entre uma facção com base no Vale do Sinos e a organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
Foram encontrados 25 mil em armário de cozinha do proprietário do estabelecimento. Foto: Divulgação/Polícia Civil.
