
Foto: Polícia Civil/Divulgação
A “Operação Pegasus II” da Polícia Civil desvendou uma complexa rede de lavagem de dinheiro relacionada ao tráfico de drogas, movimentando uma soma impressionante de R$ 700 milhões. Essa operação conjunta ocorreu em 22 cidades de cinco estados brasileiros, revelando as atividades ilícitas de três facções criminosas que buscavam ocultar e legalizar os recursos obtidos através do comércio de entorpecentes e armas.
Realizada aproximadamente um ano após a primeira edição da Operação Pegasus, a ação policial resultou no cumprimento de 304 medidas judiciais contra as mesmas organizações criminosas. Durante o período de julho de 2022 até o presente momento, as transações ilícitas das facções envolvidas na operação totalizaram R$ 358 milhões.
Dentre as mais de 300 ordens judiciais expedidas, três operadores financeiros da facção paulista foram presos por envolvimento na lavagem de capitais. Além disso, foram realizadas 67 buscas, resultando em 45 apreensões e no bloqueio de bens e contas bancárias. Destaca-se também a indisponibilidade de ativos financeiros, incluindo a apreensão de R$ 15 mil, 2 mil pesos uruguaios, US$ 1 mil, uma espingarda calibre 12, munições, celulares e documentos na fronteira entre o Brasil e o Uruguai.
Essa investigação, liderada pelo delegado Adriano Nonnenmacher, da Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), revelou que uma investigada de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, foi responsável pela movimentação de R$ 101 milhões dos mais de R$ 350 milhões apurados. Além dela, outros indivíduos, como um morador do sul do Rio Grande do Sul e um suspeito de São Paulo, também são alvos da operação devido às suas transações financeiras significativas, que somam mais de R$ 50 milhões e R$ 55 milhões, respectivamente.
A Operação Pegasus II aconteceu em 11 cidades gaúchas, seis cidades paulistas, três cidades catarinenses, uma cidade paranaense e uma cidade do Mato Grosso do Sul.
De acordo com as investigações, as organizações criminosas utilizavam várias estratégias para dificultar o rastreamento dos valores ilícitos, como o fracionamento minucioso do dinheiro e o investimento em empresas reais. Também foram identificadas transações com moedas estrangeiras e o uso de diferentes canais, como bancos digitais, casas lotéricas, caixas eletrônicos, praças de fronteira e portos, além da emissão de cheques ao portador. Empresas, tanto legítimas quanto de fachada, eram utilizadas para gerenciar as contas e receber créditos provenientes dos traficantes.