Segundo a deputada, o preparo é essencial para enfrentar a política. Foto: Correio do Povo/Reprodução.

 

Faltando sete meses do primeiro turno das eleições municipais, o PSol antecipa nesta semana a estratégia que colocará em curso na campanha em Porto Alegre. A ação tende a acelerar movimentos em outras siglas e neutralizar contrariedades internas e externas. No sábado pela manhã, o diretório municipal do partido se reúne na Assembleia Legislativa para formalizar a retirada da pré-candidatura da deputada estadual Luciana Genro à prefeitura. E endossar que vai compor uma aliança em torno do nome da deputada federal Maria do Rosário (PT). O diretório também vai reforçar que a servidora pública Tamyres Filgueira é a pré-candidata da legenda a vice na chapa de Rosário.

A reunião ocorrerá após Luciana, na segunda-feira, 26, ter feito um primeiro anúncio de que não vai disputar a prefeitura. O reforço agora sobre as decisões de apoiar a pré-candidatura de Rosário e indicar a vice ocorrem quase um mês antes do que era anteriormente previsto pelos articuladores da aliança entre as federações PT/PCdoB/PV e Psol/Rede em Porto Alegre. E chegaram a surpreender lideranças petistas, que esperavam que as oficializações ocorressem entre o final de março e o início de abril. Não pelo desfecho, já que, desde dezembro, havia ficado decidido que a coligação aconteceria. Mas pelo tempo, pois, de público, desde os encaminhamentos do final do ano, lideranças do PSol externavam a necessidade de um prazo para debates sobre a escolha de prioridades programáticas comuns.

Entre petistas, a avaliação é a de que, com as determinações desta semana, o PSol promove uma espécie de quatro lances em um: acelera o calendário; garante sua posição na chapa e nas negociações sobre espaços; desonera Luciana, que já começava a ser demandada como pré-candidata à prefeitura; e encerra focos de questionamentos tanto dentro do partido como entre os futuros aliados.

Internamente, no PSol, haviam chegado a surgir descontentamentos em algumas alas. Tanto sobre a forma de escolha das integrantes da chapa, considerada restrita, como sobre o potencial eleitoral de Tamyres. O entendimento, nesses setores, era o de que a legenda teria lideranças mais competitivas. Nas citações, via de regra, surgia o nome do deputado estadual Matheus Gomes. Os mesmos pontos vinham sendo levantados pelo PCdoB, parceiro do PT em uma federação partidária. Na semana passada, na conversa que manteve com Maria do Rosário, a ex-deputada Manuela D’Ávila (PcdoB) voltou a lembrar que o ideal seria que o processo de definição da chapa fosse distinto (e mais amplo). E que o PSol teria nomes mais fortes para compor.

No ano passado, parte dos integrantes do PCdoB e do PT deram publicidade a sua disposição em realizar primárias (uma espécie de prévias) entre postulantes das diferentes siglas para definir os dois nomes da chapa, encampando uma ideia antiga do PSol. Mas, na prática, ninguém, em nenhuma das três legendas, levou o processo adiante. As ponderações de Manuela, contudo, são tratadas com atenção. Porque tanto lideranças do PT como do PSol admitem que as negociações da aliança entre as duas federações em Porto Alegre foram encaminhadas, prioritariamente, pelas duas siglas, sem uma grande participação do PCdoB.

 

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