| Alice Ros

O candidato Ricardo Gomes (DEM), que concorre como vice-prefeito ao lado de Sebastião Melo (MDB), participou do Portal RDC desta segunda-feira (12) e apresentou as principais propostas para a gestão de Porto Alegre. 

Gomes é advogado, mestre em História e atua como vereador da capital. Como representante da coligação “Estamos Juntos Porto Alegre”, o candidato defendeu um plano de governo específico para o combate à crise de Covid-19 e sinalizou para uma nova flexibilização do comércio durante a pandemia. 

Plano de reação à crise

Ricardo Gomes disse que a maioria dos projetos propostos pela chapa está no chamado “Reage Porto Alegre”, plano de administração da crise intensificada pela pandemia. De acordo com o candidato, as medidas incluem cancelar o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), reduzir a alíquota do IPTU comercial de 0,8% para 0,7% e lançar um conjunto de ações econômicas para retomar a geração de renda. 

“Porto Alegre mergulhou em uma crise mais profunda por causa da Covid-19. A gente vê o resultado disso pelo aumento de pessoas em situação de rua. A primeira etapa do governo que propomos é estabelecer um programa que nós estamos chamando de Reage Porto Alegre”, afirmou. Segundo Gomes, o projeto tem “medidas bastante concretas para fazer o aumento de emprego na cidade”, definido como “um dos maiores flagelos”.

Gomes também indicou que o plano prevê “deixar a cidade preparada para receber a vacina [de Covid-19]”, que deverá ser adquirida pela União ou pelo Estado. 

Reabertura do comércio

“Houve exagero no fechamento do comércio e falta de coerência na decisão da Prefeitura Municipal’, opinou o candidato a vice-prefeito. Na avaliação de Gomes, bares e restaurantes devem ter horário prolongado e a construção civíl não pode ser paralisada, pois é “o primeiro setor a retomar empregos”.

Outra crítica sobre a atual gestão do prefeito Nelson Marchezan Jr foi em relação aos decretos, que, segundo o candidato, foram feitos de maneira “quase esquizofrênicas” e com decisões “tomadas na madrugada para valer no dia seguinte”. Gomes defendeu que a chapa de Sebastião Melo pretende prolongar o horário de funcionamento do comércio “no primeiro dia de mandato”, alertando que “a cidade precisa funcionar para que as famílias tenham comida para colocar na mesa dos filhos”.

Saúde pós-pandemia

Gomes projeta mutirões para cumprir as consultas que foram atrasadas por conta da pandemia. O candidato estima que o Sistema Único de Saúde (SUS) terá uma “demanda maior de serviços” nos próximos meses. “Não só porque tem essa demanda que precisa ser contida, mas porque muitas pessoas que perderam o emprego também perderam o plano de saúde”, disse.

O plano de governo de Ricardo Gomes (DEM) e Sebastião Melo (MDB) ainda propõe convênios médicos com consultórios de atendimento, para que os médicos possam atender pelo SUS em consultórios particulares. Segundo o candidato, a proposta é uma “alternativa para desafogar os hospitais e a demanda de consultas”.

Educação

A chapa pretende ampliar o número de vagas para a Educação Infantil no turno da noite e resgatar a dinâmica de turnos inversos. Para isso, o candidato afirma que será investido dinheiro do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que investirá na oferta de vagas e investimento de professores em atividade.

Ricardo Gomes ainda indicou que a comunidade escolar terá acesso ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), “para que os pais possam acompanhar o nível de educação dos filhos”.

Dívida do município

Sobre as dívidas da capital, Gomes assegurou será realizado o parcelamento de tributos devidos pelos cidadãos, especialmente após a pandemia de Covid-19. “É melhor receber um pouco parcelado do que não receber nada”, disse.

Transporte coletivo

O candidato a vice-prefeito de Porto Alegre disse “descartar ideias esdrúxulas como a de um pedágio no Centro da cidade. Essa não é a solução que nós vamos defender”, afirmou, ressaltando que diversos serviços estão localizados no Centro da capital.

Em relação ao transporte coletivo, Gomes disse que é preciso “rever profundamente o sistema, especialmente na questão da Carris”. “Não é simplesmente falar de privatização do jeito que ela está”, indicou.

Já sobre o valor da tarifa de ônibus, o candidato disse que “pobres estão subsidiando outros pobres” e citou o transporte escolar. “Quem paga pelo estudante que não paga o ônibus?”, afirmou Gomes. Ele também ressaltou que a cidade estar aberta para novos modais e que pretende desonerar os táxis, afirmando que as lotações precisam “cumprir um papel complementar ao ônibus”.

Relação com a Câmara Municipal de Vereadores

Gomes disse que o contato com a Câmara de Vereadores será de “diálogo aberto. Ninguém governa sozinho. Os cidadãos vão votar, também, em um vereador da sua escolha para que faça sua representação”. 

De acordo com o candidato, a relação tende a ser “produtiva, franca e ativa para discussão dos projetos da cidade”.

Saúde, segurança e educação 

“Não podemos negligenciar nenhuma área. Não podemos ter menos que essas três”, disse o candidato. Gomes ainda projetou uma atualização do estatuto da Guarda Municipal para aproximá-la do “modelo das demais forças da polícia do Estado e do Brasil”.

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