O pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul pelo PP, Luis Carlos Heinze, foi o entrevistado da edição da última segunda-feira (25) do RDC News Especial Eleições.

O programa apresentado por Carolina Aguaidas e Renato Martins teve ainda a participação especial de Margrid Sauer, diretora de pesquisa do Instituto Amostra.

Confira os principais destaques:

Relação com o MST
“Eu já enfrentei o MST quando me elegi deputado pela primeira vez em 1999. Tivemos um embate sério, forte, fizemos uma mini CPI. Um dinheiro que viria para o MST desviamos e no governo Fernando Henrique trouxemos para mais de 10 mil famílias e aquele é o programa que deu certo. Teve mais de 90% de aceitação e pessoal não desistiu das terras, diferente de outros assentamentos. E já ajudamos também os assentados. Nos governos anteriores nós tínhamos praticamente 1 milhão de famílias sem escrituras. No atual governo Bolsonaro, o Heinze deputado ajudou e eu de novo como senador estou ajudando, hoje mais de 300 mil famílias já tem escrituras das suas propriedades e nesse momento o governo de direita está dando o título de propriedade para eles. Isso é muito importante para essas famílias.

(…) Eu já trabalhei contra o MST,  já trabalhei junto aos assentados, então esse processo eu conheço bem e sei tratar com eles. O que eles querem, na sua infinita maioria, é a titulação das suas terras. Nós temos 12, 13 mil famílias de assentados no Rio Grande do Sul. Vou trabalhar para que todos tenham as suas escrituras. (…) Para mim, são produtores rurais e eu ajudo a todos. Pequeno, médio, grande, assentado ou não, já ajudei e vou continuar ajudando. Afinal, isso faz parte do agro gaúcho que eu quero comandar também.”

Educação
“Precisamos fazer com que as crianças voltem à sala de aula. É muito sério esse problema. O que estamos fazendo nesse instante: estudando as possibilidades. Outro problema muito sério são as escolas. A situação hoje é precária. O Instituto Flores da Cunha, em Porto Alegre, 5, 6, 7 anos para fazer reforma em uma escola. Tem centenas de escolas pelo Rio Grande afora. Tudo tem que ser trabalhado. Dois anos sem aulas e as escolas estão nessa situação. (…) Temos que trabalhar esse assunto para que as crianças possam ter o melhor ensino, uma melhor educação, escola de qualidade e depois, sim, os professores. Com a pandemia a situação se agravou mais ainda. (…) Terei que recuperar. As escolas privadas são diferentes e o próprio ensino municipal é diferente, melhor que o estado. Temos que interagir entre privado, estado e município e fazer um grande projeto para recuperar este tempo perdido, porque a educação está precária no Rio Grande do Sul.”

Investimentos e infraestrutura
“A primeira parceria público privada da América Larina foi a ponte São Borja-Santo Tomé. Não havia pedágio no Brasil e nem na América Latina. Eu, como prefeito, participei daquele processo pelo menor preço. Essa obra tem 27 anos e funciona bem. Agora estamos tratando da renovação da concessão que venceu. Então, o Estado, ou mesmo a União, não tem condições de recursos suficientes para fazer obras necessárias no Estado. (…) Os recursos públicos serão utilizados, mas para grande parte dos investimentos no Estado precisaremos de recursos da iniciativa privada.”

Rodovias e hidrovias
“Em 2020, uma semana antes da pandemia, fui demandado por arrozeiros uruguaios em Bela União, no Uruguai. Listaram várias obras. Uma delas é uma hidrovia da Lagoa Mirim com a Lagoa dos Patos, que foi assinado um acordo com o então presidente brasileiro João Goulart e presidente do Uruguai em 08 de dezembro de 1961. Já está em andamento um edital para ser a primeira hidrovia pedagiada no Brasil. Eu trabalho há 2 anos esse assunto com o governo Bolsonaro, o ministro Tarcísio, isso é real, está para acontecer. (…) Uma empresa paulista já apresentou estudo e teremos ainda esse ano esse edital. Uma obra com a iniciativa privada, se busca recursos para que isso possa acontecer.

Neste instante, estou trabalhando também 3 eclusas do Rio Jacuí e uma eclusa do Rio Taquari. Em Bom Retiro, General Câmara, Rio Pardo e Cachoeira do Sul. Tem uma empresa do Paraná que quer construir 3 hidrelétricas no Rio Jacuí. E uma empresa gaúcha no Rio Taquari. Com a construção das hidrelétricas eles vão pagar pedágio para o dono da eclusa, que é o governo federal. Isso ajuda a consertar as eclusas e nós temos energia.”

Brigada Militar dentro do presídio
“Tenho discutido com a Brigada Militar, com a Polícia Civil, com a corporação de Bombeiros e com a própria Polícia Penal. A minha ideia é retirar os brigadianos de dentro das cadeiras e fazer com que eles vão paras ruas fazer o seu trabalho. Ter gente, sim, preparada para que possa atender os presídios. Estou ouvindo os segmentos e há uma guerra de facções dentro dos presídios do Rio Grande do Sul. Pouco se comenta. As pessoas me dizem como funcionam as facções. E esse crime começa dentro dos presídios comandando o crime aqui na rua. É uma preocupação que tenho, não conhecia esse assunto. Tenho recebido informações de pessoas do ramo e eu vou combater esse processo, porque a criminalidade é um problema sério hoje aqui no Rio Grande do Sul.”

Considerações finais
“Quando comparar os partidos, eu tenho PP e PTB, tamanha força dos dois partidos. Tenho outro trabalho que é a agricultura. Tenho 48 anos no agro, isso não é partido, isso é trabalho que eu realizei. Tem o prefeito Heinze com trabalho, tem o deputado Heinze com trabalho e tem o senador Heinze com trabalho. As entregas que eu fiz. (…) Quando começa a comparar o que o Heinze fez e o que ele pode fazer, eu tiro do papel as coisas e faço acontecer. Posso falar de porto. Um porto é o maior investimento do Rio Grande do Sul dos últimos 20 ou 30 anos. Foi desenhado por Dom Pedro em 1826 e o Heinze recebe essa demanda há 4 anos, quando era candidato a governador em 2018, e a obra está saindo do papel neste ano. É uma obra importante, não apenas o porto em si que vai diminuir o custo da nossa logística. Esse porto é real, tem proprietários e é no Arroio do Sal.

A diferença minha para qualquer candidato de esquerda, de centro, de direita, é o que cada um fez. Agora as nossas plataformas, o nosso plano de governo, as nossas redes sociais vão mostrar o que eu fiz. Se eu fiz isso como prefeito, deputado, senador, tenho certeza que posso fazer muito mais como governador.”

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