Mano Menezes é a ficha número 1 do Internacional. A direção colorada se reunirá na tarde desta terça-feira (19) e espera poder anunciar o treinador em breve. Sem comandar um clube desde setembro de 2021, o técnico tem um vasto currículo que inclui times do interior gaúcho até a Seleção Brasileira.

A carreira de Mano começou como jogador. Apesar de não ter se profissionalizado, ele jogou como amador. Iniciou como atacante, mas acabou na zaga. Foi campeão pelo Guarani, de Venâncio Aires, em 1988. Capitão do time, foi o responsável por cobrar o último pênalti da disputa que deu o título do Campeonato Amador e a vaga para disputar a segunda divisão do Campeonato Gaúcho.

Simultaneamente à carreira de jogador, Menezes estudava Educação Física em Santa Cruz e, após nove anos trabalhando como educador físico, foi convidado para comandar as Categorias de Base do Guarani. Trabalhou também na Base do Caxias, do Internacional e do Cruzeiro, onde conheceu Paulo Autuori. Como treinador profissional, teve sua primeira oportunidade no mesmo time em que jogou: Guarani.

Entretanto, o treinador ganhou notoriedade ao treinar o 15 de Novembro. Em 2004, o clube participou da Copa do Brasil e foi no comando de Mano Menezes que o pequeno time de Campo Bom chegou até à semifinal, quando caiu para o Santo André, campeão daquele ano.

Em 2005 foi contratado pelo Grêmio para tirar o tricolor da segunda divisão do futebol brasileiro e a meta foi cumprida com direito ao título da competição. No ano seguinte, além de ganhar o Gauchão, levou os gremistas ao terceiro lugar da Série A, garantindo uma vaga para a Libertadores de 2007, quando chegou até a final, mas perdeu para o Boca Juniors. Mano Menezes deixou o comando do Grêmio com 169 jogos, 89 vitórias, 35 empates e 45 derrotas, com aproveitamento de pouco mais de 59%.

O próximo clube da carreira de Mano foi o Corinthians e o objetivo era o mesmo do time anterior: tirar o Timão da Série B. Não apenas conseguiu, mas como foi campeão e teve apenas três derrotas durante toda a competição. Ainda pelo Corinthians, foi campeão paulista invicto e da Copa do Brasil diante do Internacional. Na Libertadores de 2010, não perdeu nenhum jogo na fase de grupos, mas caiu nas oitavas para o Flamengo.

O primeiro ciclo no Corinthians se encerrou após receber um convite para comandar a Seleção Brasileira após a demissão de Dunga. Pela Amarelinha, foi o responsável por estar à frente da Seleção Olímpica nos jogos de Londres. O Brasil chegou até à final, mas perdeu para o México. Pela Seleção, garantiu dos títulos: o SuperClássico das Américas de 2011 e 2012, além da medalha de prata em Londres. Entretanto, foi demitido em novembro de 2012, o que gerou bastante polêmica. Na época, muitos jornalistas afirmaram ser esta uma decisão muito mais política do que propriamente técnica

De volta ao Brasil, o treinador chegou a comandar o Flamengo. Fez 22 jogos no comando do clube, mas não conseguiu uma sequência de bons resultados no Campeonato Brasileiro. Após desavenças com posturas da diretoria e de alguns jogadores, Mano entregou o time em setembro. Em dezembro já estava de volta ao Corinthians para comandar o time na temporada de 2014. Entretanto, não foi tão bem quanto no primeiro ciclo e não teve o seu contrato renovado em dezembro daquele ano.

Foi então que Mano decidiu estudar antes de aceitar um novo cargo como treinador. Foi apenas em setembro de 2015 que o comandante reestreiou à beira dos campos, dessa vez pelo Cruzeiro. Porém ficou pouco tempo no time de Minas. Após receber uma proposta milionária, teve sua primeira chance de comandar uma equipe fora do país. O clube chinês Shandong Luneng pagou a multa rescisória do contrato de Mano com a Raposa e o contratou logo após o Campeonato Brasileiro de 2015 por duas temporadas. A dificuldade de adaptação foi um dos fatores para a demissão do treinador logo em seguida. Apesar disso, o time chinês chegou às quartas-de-final da Liga dos Campeões da Ásia, feito inédito na história do clube.

Em 2016 retornou ao Cruzeiro para a sua segunda e mais vitoriosa passagem. Em 2017, perdeu a final do Campeonato Mineiro e foi eliminado precocemente na Sul-Americana. Em setembro, levantou a quinta taça da Copa do Brasil da Raposa e teve seu contrato renovado até 2019. No ano seguinte, foi campeão estadual e hexa da Copa do Brasil. Em 2019, mais um título do Campeonato Mineiro, sendo o quarto título de Mano no comando do Cruzeiro. Entretanto, após uma derrota para o Internacional, anunciou sua saída do time de Belo Horizonte.

Nos últimos três times que comandou, passagens curtas. Pelo Palmeiras, foi anunciado em setembro de 2019 com um contrato até o final de 2021, porém foi demitido com apenas 20 jogos, com 11 vitórias, quatro derrotas e cinco empates. Em seguida foi para o Bahia, onde comandou o time em 24 oportunidades, com 8 vitórias, dois empates e 14 derrotas, deixando o time com apenas 36% de aproveitamento. Por último, Mano estava na Arábia Saudita, no Al-Nassr. Foi anunciado em 9 de abril de 2021 e deixou o clube em setembro do mesmo ano, com apenas 16 jogos e 64% de aproveitamento no comando do time.

Pelo histórico, Mano Menezes é a ficha número um do Internacional e deve ter seu futuro definido ainda essa semana. O objetivo é anunciar o novo treinador até quarta para que ele consiga ter um tempo aceitável de preparação e adaptação já tendo em vista o duelo diante do Fluminense de Abel Braga pela terceira rodada do Brasileirão.

Foto: Douglas Magno/BP Filmes

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