Técnico do Caxias, Thiago Carvalho tem motivos para comemorar. Com apenas 34 anos, em seu primeiro Campeonato Gaúcho, ele conduziu o Grená à final eliminando o Inter, no Beira-Rio, e mantendo invencibilidade de 12 jogos. Apesar de exaltar a evolução da equipe ao longo do campeonato, o treinador garantiu, em entrevista exclusiva ao RDC Esporte nesta quinta-feira (30), que “para ficar satisfeito, só com o título”. Confira os principais trechos:
Aliviado, mas não satisfeito
“No futebol, o clube tem alguns desejos que precisam ser alcançados, e você quando alcança fica aliviado, porque é o que o clube espera. Mas, para ficar satisfeito, é só com o título. Segunda colocação para mim não funciona. Eu falo isso desde o início do campeonato, que a gente ia brigar pelo título, com todo respeito e sabendo da dificuldade que é.”
Evolução desde a estreia contra o Grêmio
“A evolução nossa foi gigantesca, porque naquele primeiro jogo contra o Grêmio nosso time conseguia fazer a primeira parte, principalmente da construção, mas naquele momento faltava entendimento de muitas situações após isso, onde estavam as vantagens, onde deveríamos ser agressivos. Essa evolução leva tempo, ela foi acontecendo dentro da competição. Oscilamos em alguns momentos, mas no final, principalmente nos dois últimos jogos da 1ª fase, isso melhorou. Os atletas entenderam quase tudo do que a gente faz, e o porquê faz. Por isso eu tenho uma convicção muito grande que nosso jogo é muito melhor.”
Desfalques de volantes
“Todos esses volantes que a gente tem, talvez menos o Marciel e o Pedro Cuaibá, conseguem jogar nessas duas posições do meio, como primeiro e como segundo. Vai ser o mesmo o jogo, a mesma dinâmica, porque tanto Moacir quanto Marlon conseguem fazer bem. Óbvio que esses outros jogadores, principalmente o Marciel, tem mais da parte técnica, consegue achar mais [passes] pela qualidade que tem. A gente equilibra um pouco mais na marcação, que é algo importante contra o Grêmio. Mas o jogo não muda, porque os atletas foram preparados para fazer as duas funções.”
Rescisão do Bustamante
“Algumas coisas não são só minhas, são do clube. O Caxias tem uma cartilha, tem algumas situações que a gente espera dos atletas, e quando isso não é cumprido, não está no mesmo caminho, não faz parte do que a gente entende. É bem simples isso, e o Caxias vem crescendo por isso, questão profissional, trabalho que vem acontecendo dentro do futebol. Aconteceram situações no início também com outros atletas, e a gente sempre quer e deseja atletas que cumpram as funções, que respeitem as situações, para que o Caxias seja grande, para que o trabalho seja muito profissional aqui dentro.”
Trabalho contracultural
“Quando eu tive esse convite [do Caxias], para mim foi um desafio. Até que ponto eu conseguiria fazer isso mudar? Até que ponto minha convicção de jogo conseguiria render aqui, com toda pressão, com toda cultura diferente? Eu acredito que isso muda não só por mim, você pega o Luizinho, que vem fazendo dois anos de grande trabalho, jogando para a frente. Você pega os próprios Grêmio e Inter, que jogam para frente. Cada um dentro da sua ideia, para mim não tem certo e errado, quem faz bem feito tem resultado. Mas é óbvio, se eu acredito neste jogo, quando vejo outras pessoas fazendo, isso para mim é legal, e eu fico feliz. Foi algo difícil, tivemos vaias quando a bola ia para o goleiro, quando o resultado não saía. Mas com muita convicção, acreditando e trabalhando bastante, a gente vem conseguindo bons resultados.”