Começou às 2 horas da madrugada e terminou por volta das 18h desta segunda. A greve dos rodoviários que, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Porto Alegre, Sandro Abbáde, não foi greve, mas sim um protesto, chegou ao fim após a reunião ocorrida no Paço Municipal na tarde de hoje.
Com a presença de vereadores da oposição, membros do sindicato e autoridades do governo municipal, Sebastião Melo discutiu o projeto a privatização da Carris em um diálogo que envolveu todas as frentes e, de maneira geral teve um desfecho satisfatório para a maioria das partes. “Se vocês vieram aqui para que eu retire o projeto da votação na Câmara de Vereadores, a chance disso acontecer é zero”, reiterou Melo. O prefeito ainda ressaltou que a proposta de desestatização da empresa deve ser construída em conjunto com todos os envolvidos e impactados pelo porjeto.
“Foi uma reunião maravilhosa, realmente conseguimos manter um diálogo muito bom com a prefeitura”, afirmou Abbáde. “Vamos trabalhar essa questão juntos para tirar a Carris do vermelho”, completou, reiterando que os funcionários vão “levantar acampamento” dos portões da Carris.
Para se garantir, no entanto, Melo requisitou bens, serviços e empregados de empresas de transporte coletivo, escolar e de lotações para evitar a descontinuidade do serviço na Capital. A medida foi necessária devido à paralisação parcial dos trabalhadores da Carris, deflagrada nesta segunda-feira, 23, e comunicada em reunião com representantes dos rodoviários também nesta tarde. O Decreto nº 21.139/2021 foi publicado em edição extra do Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa).
Os bens, serviços e pessoal requisitados administrativamente serão especificados pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), podendo ser prestados em todas as regiões da cidade. As empresas que já compõem o sistema serão indenizadas por quilômetro rodado. Já os transportadores por lotação e escolares serão remunerados diretamente pelos passageiros transportados, que pagarão a tarifa de R$4,80.
Foto: Mateus Raugust / PMPA