| Lívia Rossa |
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) será ampliado para os municípios do Rio Grande do Sul que ainda não possuem esta cobertura de saúde. O sistema funcionará por adesão e os municípios terão autonomia para escolher se querem ou não o serviço. O Governo do Estado disponibilizará um incentivo para as cidades que aderirem.
O Samu é um serviço tripartite, ou seja, de responsabilidade de da União, do Estado e do Município. A União concede equipamentos como ambulância, equipamentos e renovação de frota, o Estado dá o incentivo e cabe aos municípios continuar investindo (como em manutenção, combustível, encargos e equipe).
Antes, os municípios que não alcançassem o número de habitantes determinado pelo governo não poderiam solicitar a Samu. Agora, podem. De acordo com o coordenador médico do Samu, Jimmy Herrera, nenhum dos estados da Federação possui o Samu em 100% do seu território. Ele afirma que no Rio Grande do Sul o serviço é, inclusive, um dos mais avançados do país.
Ao total, 226 cidades poderão aderir, se quiserem, à Rede de Urgência Estadual. A medida, que foi anunciada no dia 20 de agosto pelo governador Eduardo Leite, prevê o benefício de mais de 1 milhão de pessoas que não tinham acesso ao atendimento.
A ideia central é centralizar todos os chamamentos e socorros do Samu pelo link 192. “O Estado quer organizar e filtrar as solicitações da população por um só número”, afirma.
O principal benefício para as regiões que optarem pelo serviço, na visão do coordenador, é a rapidez do atendimento. Com o sistema atual do Samu, automatizado e com auxílio de telefonistas, é possível reduzir o tempo de chegada de atendimento em seis minutos.
“Isso para quem está à beira da morte é uma eternidade. Se os municípios tinham atendimento em 20 minutos sem o Samu, com o Samu, o tempo poderia reduzir em, no mínimo, 14 minutos”, afirma Herrera.
De acordo com Herrera, a população deve fazer pressão para que os municípios adotem o serviço, já que o Estado não pode obrigar ninguém a “comprar” a ideia. Ele acredita que as pessoas se mobilizem e solicitem o atendimento e, assim, possam ser atendidos com mais rapidez e eficiência.
“Nós esperamos que com a atitude do governador Eduardo Leite e com essa extensão do 192, os municípios beneficiem 1 milhão e 200 mil habitantes. Também esperamos que tenham a mesma oportunidade de ter um serviço especializado para receber solicitações com a mesma destreza dos locais onde o Samu já atua. Não é porque as cidades são pequenas que precisam ser cerceadas desse benefício”, afirma.