O atraso nas obras no centro de Porto Alegre preocupa comerciantes e motoristas. As intervenções nas ruas provocam queda no movimento desde o ano passado e aumentaram as queixas dos lojistas. A rua Vigário José Inácio se transformou num canteiro de obras.
Máquinas e operários trocam a pavimentação e o encanamento entre a Andradas e a Voluntários da Pátria. Os trabalhos dificultam a passagem de pedestres. Com isso, o movimento nas lojas caiu pela metade. “Acho que falta planejamento. Eles começam numa quadra, não terminam e iniciam em outra rua, bloqueando passagem de pedestres”, reclama Alessandro Alfin, proprietário de uma loja de celulares na Galeria do Rosário.
As obras em sete ruas do Centro Histórico iniciaram em maio do ano passado e deveriam ser entregues em outubro deste ano. Mas o cronograma atrasou e as intervenções vão se estender até março de 2024. Nesta região da cidade circulam trezentas mil pessoas por dia.
Com máquinas e caminhões nos cruzamentos, o trânsito também está prejudicado nas proximidades da Doutor Flores. “Tá ruim de andar aqui, com obras é complicado sempre”, observa um taxista que passava pela reportagem no local. Na Otávio Rocha, foram entregues novas estruturas para as floristas, mas elas reclamam que o espaço ficou menor. Além disso, um degrau prejudica o acesso e os produtos não podem ficar expostos na lateral, como era antes.
“Com essas mudanças, as pessoas não conseguem ver as flores, elas não se acostumaram, as vendas caíram muito”, critica Silvana Justin, florista há 30 anos na Otávio Rocha. A maior preocupação dos comerciantes é com as vendas de fim de ano. “Obra pública tem que ser mais fiscalizada, botar mais equipes de madrugada, fazer andar, para não prejudicar o comércio”, destacou o lojista Alessandro.