Um ciclista acusa a Guarda Municipal de ter sido truculenta em uma abordagem na manhã de hoje (04). A ação aconteceu na pista de skate da orla do Guaíba, em Porto Alegre. Nas imagens gravadas pelas testemunhas é possível ver o momento que os guardas municipais abordam o ciclista.  Um dos agentes arranca a bicicleta das mãos dele e logo em seguida saca uma arma de choque e dispara contra a vítima.

“Eu tava ali na orla junto com meu sócio, minha namorada e uns amigos skatistas, aí no momento que a Guarda Municipal chegou, eu estava sentado na bike. Quando eu vi o carro dos agentes achei que estava acontecendo alguma coisa, então eles vieram na minha direção de forma enérgica, um deles chegou me encarando e o outro mexendo no cassetete, aí um deles puxou minha bike e depois pediu para eu colocar as mãos na cabeça e atirou em mim com a arma de choque, sendo que eu não tava nem resistindo”, explica a vítima Vinícius de Barros Gonçalves.

Após ser algemado, Vinícius foi colocado em uma viatura da Guarda Municipal e encaminhado até uma delegacia de polícia, onde segundo ele, ficou cerca de trinta minutos algemado até ser solto para prestar depoimento e fazer um boletim de ocorrência contra os guardas. 

Sobre o uso da pista

A pista da Orla é destinada apenas para a prática de skate. E, segunda a Guarda Municipal, o espaço possui um certificado que permite a Porto Alegre receber eventos esportivos. Contudo, essa certificação pode ser cassada, caso outros esportes sejam realizados no local.

“Essa pista de skate é certificada para algumas modalidades esportivas, o que garante ao município o recebimento de grandes eventos nacionais e internacionais”, afirma o comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento.

Em relação à abordagem, Nascimento defende que “se alguma ocorrência chegou a uma necessidade de intervenção física é porque as orientações não foram acatadas previamente. Além disso o comandante também diz que os agentes priorizam o diálogo e a resolução de conflitos sem violência.

A Guarda Municipal ainda declara que Vinícius já tinha sido abordado por uma empresa privada que cuida da segurança do local e depois pelos próprios agentes do município.  Segundo esta versão, ele teria negado os pedidos de sair da pista.  Mas, a vítima nega que houve este primeiro contato. 

“Não aconteceu essa abordagem. Na hora que eles chegaram tinha um amigo meu que estava conversando com esses outros dois seguranças (da empresa privada), aí eu me aproximei e comecei a conversar com meu amigo, e nesse momento, a Guarda Municipal chegou”, desmente Gonçalves.

Outro ponto de discussão sobre a abordagem foi a falta de identificação no uniforme dos agentes de segurança. Contudo, de acordo com o comandante da Guarda Municipal, os uniformes serão atualizados na próxima compra de material.

 

Compartilhe essa notícia: