Ainda faltam mais de três milhões de crianças a serem imunizadas em todo o Rio Grande do Sul para que a meta de vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil) seja atingida. O objetivo é que pelo menos 95% do público-alvo tome a vacina.
“Nós estamos mobilizando os pais para que a gente consiga atingir a nossa cobertura vacinal. Só que acontece que a cada ano que nós não atingimos essa cobertura nós vamos formando bolsões de suscetíveis, que são grupo de pessoas não protegidas, que na entrada de um vírus, esse grupo vai permitir que a doença volte a circular no estado”, explica a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Juliana Patzer.
Em todo o Rio Grande do Sul, a cobertura atingiu 70,65%. Já em Porto Alegre a proporção cai para 45%, o que torna a cidade a terceira com a cobertura vacinal mais baixa do estado. “Como essa doença não é registrada a tantos anos, muitos pais não viram uma sequela de poliomielite. Mas é importante lembrar que é uma doença viral, que pode atingir o sistema nervoso, principalmente os membros inferiores de forma irreversível”, destaca Patzer. Ou seja, uma criança que é acometida pela doença pode ficar com a sequela para o resto da vida.
A campanha nacional para combater a poliomielite terminou no dia 30 de setembro, contudo a Prefeitura Municipal de Porto Alegre prorrogou até esta sexta-feira (21). Mesmo com o fim da ação, a vacina continuará disponível em todas as unidades de saúde da capital.
Em todo o país, a meta não é atingida desde 2015. Por isso é importante que os pais levem os filhos para tomar a vacina. A doença está erradicada no Brasil desde 1994, mas sem cobertura vacinal, os especialistas afirmam que é grande o risco de retorno da doença ao país.